A dúvida do benefício
Se Beasts of no Nation é, como se diz, o primeiro filme produzido pela Netflix, temos de lhe tirar o chapéu.
Estou, como outros portugueses desconfiados, no primeiro mês grátis da Netflix. É generoso e realista: um mês chega e sobra para sabermos pagar 7, 10 ou 12 euros por um serviço de streaming.
Consigo ver tudo nos computadores, iPads e iPhones, mas nada no nosso televisor esperto que é um LG 4K Ultra HD.
O iPad bem detecta o televisor (que está a quarenta centímetros dele) e oferece-se para transmitir as séries e os filmes para o dito cujo, muito maior e mais apixelado.
Só que nada acontece. O que acontece é que o televisor, estando ligado à Internet, é identificado, erradamente, como um computador. A Netflix pergunta, muito confusa, se queremos que façamos o download do Mozilla ou do Chrome para o telefone, tablet ou computador em causa.
Não lhe passa pela cabeça, por agora, que é o televisor o alvo (maior, mais barato e mais nítido) que a grande maioria de clientes quer atingir e fruir. Mas, pronto, se calhar tem uma razão ultrapassada: obriga-me a comprar, mais uma vez, um dispositivo Apple TV. Está bem, está. É uma asneira em que já caí e em que jamais, outra vez, cairei.
Vi, sem prazer mas sem me arrepender, o filme Beasts of no Nation de Cary Fukunaga, com os igualmente magníficos actores Idris Elba e (o principiante) Abraham Attah.
Se é, como se diz, o primeiro filme produzido pela Netflix, temos de lhe tirar o chapéu. Nenhuma das séries da Netflix têm sido, até aqui, más ou mesmo medíocres.
Este é dolorosamente impressionante.