A inovação é um catalisador de crescimento e, por isso, é necessário que a sociedade e as organizações mudem o paradigma em que actuam, que as impede de sair da zona de conforto que as conduz, assintomaticamente, para o marasmo e inércia. Como os mercados — e a vida — não são estáticos, as pessoas e empresas que não evoluam são rapidamente ultrapassadas e substituídas pelas mais inovadoras.
A partir do momento em que a informação passou a ser o bem mais precioso numa economia global, a velocidade de acção e reacção passou a ser um factor de sobrevivência preponderante para as empresas. Que o digam, por exemplo, a Kodak, a BlackBerry e a Blockbuster, que se acomodaram à sombra do seu próprio sucesso para não mais se levantarem. O raciocínio é análogo para as pessoas no mercado de trabalho.
Não quer dizer isto que, doravante, se deva apostar desenfreada e inconscientemente em novos bens, tecnologias e ideias. Num processo de diferenciação é fundamental haver rigor na segmentação, no posicionamento e na análise das oportunidades e ameaças do mercado. Depois, havendo conhecimento, habilidade e recursos para concretizar um projecto inovador, tudo o mais é subjectivo: criar com emoção, testar com lucidez e investir com sensibilidade.
Por outro lado, estamos emocionalmente ligados ao passado e custa-nos deixar de usar bens aos quais nos afeiçoámos durante vários anos. Nem temos de o fazer. Temos por hábito usar a expressão “old school” para rotular tudo aquilo que recordamos (e consumimos) nostalgicamente como sendo superior ou preferível às novas tendências e estilos. Essas referências variam entre gerações e consoante os gostos pessoais. Mas todas tendem a destacar-se pela sua originalidade e irreverência, pelo respeito granjeado na indústria, ou até por terem sido um marco na história, seja da música, do cinema, da literatura, da moda, da tecnologia, da política, ou de outras esferas.
Mesmo havendo novos produtos, serviços, conteúdos, ideias e costumes a brotarem todos os dias no mercado, com ambiciosos planos para atrair os consumidores, muitos deles são tão frágeis e pouco originais que não resistem ao mercado. Vêm disfarçados de novas tendências e inovações, mas mais não são do que fórmulas esgotadas, de uso recorrente, daquilo que já foi explorado até à exaustão. Este regabofe descontrolado, apreciado por alguns, faz desvanecer o valor do que é autêntico e original, em prol de uma corrente mais vulgar e supérflua de produção e consumo. Do “old school” aprendemos que há modelos inimitáveis e que o mercado é efémero para os indolentes e não preparados.
É premente, portanto, combater a estagnação criativa e apostar na inovação que tenha um impacto positivo na sociedade. Devemos aprender com o passado, porque o passado tem inúmeras lições para nos dar. Não podemos é agarrar-nos a ele, como se soubéssemos, de antemão, que o futuro não nos reservou grande coisa. Afinal, a evolução faz-se através de processos de mudança, que serão cada vez mais frequentes.