Professor e aluno mortos em ataque com sabre numa escola na Suécia
Homem mascarado como Darth Vader e de espada em punho entrou numa escola de Trollhättan. Foi morto pela polícia, mas terá ligações à extrema-direita.
Um professores e um alunos de uma escola em Trollhättan, com muitas crianças de população imigrante, no Sudoeste da Suécia, morreram esta quinta-feira após o ataque de um homem mascarado como Darth Vader, o vilão da Guerra das Estrelas, munido com um sabre, no qual ficaram ainda feridas três outras pessoas.
Vários media suecos dizem que o autor do ataque, um jovem de 21 anos, era um simpatizante dos movimentos de extrema-direita. Segundo a AFP, o assassino publicou na sua conta YouTube vídeos sobre Hitler e o nazismo. A polícia estará a investigar a pista de este ter sido um ataque "político."
Fonte do hospital NAL, em Trollhättan, confirmou que quatro pessoas deram entrada na unidade vindas do ataque à escola. O atacante, um deles, ficou gravemente ferido quando foi alvejado pela polícia e acabou por morrer no hospital. As restantes vítimas foram submetidas a cirurgias, tendo uma delas, um dos dois alunos de 11 e 15 anos que ali deram entrada, morrido. O óbito do professor foi declarado ainda na escola.
O ataque ocorreu na Escola Kronan, com perto de 400 alunos, entre os seis e os 15 anos, em Trollhättan, uma cidade com perto de 50 mil habitantes, localizada a Norte de Gotemburgo, com uma grande percentagem de imigrantes na sua população. Trollhättan foi identificada como a cidade mais segregada da Suécia em estudos sociológicos, diz o jornal The Guardian. A zona onde fica a escola estava entre as 38 nomeadas num relatório divulgado este mês chamado Subúrbios Esquecidos.
Esta manhã, a polícia foi alertada de que um homem com uma espada estava na escola e que uma pessoa tinha sido atacada perto do refeitório do estabelecimento de ensino.
De acordo com alunos que estavam na escola no momento do incidente, o homem usava uma máscara Star Wars e, inicialmente, pensavam que se tratava de uma brincadeira, indica o site de notícias The Local. "Quando o vimos pela primeira vez, pensámos que era uma piada. Usava uma máscara e roupas pretas e carregava uma longa espada", contou um dos alunos à agência noticiosa TT.
Um outro aluno avança que estava na sala de aula com outros colegas quando um colega alertou que estava um assassino na escola. "Por isso fechámos a porta da sala mas o nosso professor ficou no corredor. Queríamos avisá-lo. Alguns de nós foram lá fora e vimos o atacante. Ele usava uma máscara e tinha uma espada. O nosso professor foi esfaqueado".
A Escola Kronan é considerada problemática e está entre as dez piores escolas suecas. Segundo o Swedish Schools Inspectorate, que acompanha a situação nos estabelecimentos de ensino, apenas 16% dos alunos de 15 anos naquela escola passaram a todas as disciplinas em 2014.
"Este é um dia negro para a Suécia", afirmou o primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven. "Estou a pensar nas vítimas e nas suas famílias, alunos e pessoal, e toda a acomunidade afectada. As palavras não podem descrever o que estão a passar neste momento. Lamentamos e iremos garantir que recebam todo o apoio de que necessitam", indicou o chefe de Governo.
Este tipo de ataques não é comum na Suécia. O último comparável ocorreu em 1961, quando seis jovens ficaram feridos e um foi morto a tiro numa escola profissional de Kungälv, diz a AFP.