Judeus ultra-ortodoxos retirados pela polícia palestiniana do Túmulo de José
Segundo a polícia israelita, estudantes tentaram entrar sem autorização no local que foi incendiado na sexta-feira e foram agredidos.
Pelo menos três dezenas de judeus ultra-ortodoxos foram retirados do Túmulo de José na madrugada de sábado, em Nablus, nos territórios ocupados das Cisjordânia, local incendiado por palestinianos na sexta-feira.
Os jovens estudantes de uma yeshiva (escola religiosa) de Jerusalém tinham, de acordo com a AFP, a intenção de restaurar o sítio sagrado tanto para judeus como para muçulmanos e cristãos, mas que é controlado pelos israelitas desde a ocupação da Cisjordânia, em 1967.
Fonte policial israelita disse à mesma agência que os ultra-ortodoxos entraram no local sem autorização nem escolta e foram agredidos por palestinianos em fúria, antes de serem auxiliados por polícias palestinianos.
A maioria dos estudantes conseguiu escapar, mas cinco foram detidos pela polícia palestiniana, que os entregou ao exército israelita, refere a polícia israelita.
As autoridades israelitas já vieram afirmar que a conduta destes jovens foi “totalmente irresponsável” e que o episódio poderia ter “terminado tragicamente”. Um carros dos israelitas foi incendiado perto do local, avançam.
Segundo a mesma fonte, os cinco detidos foram “espancados em todo o corpo e assistidos no local”. Depois dos exames hospitalares, deverão permanecer em detenção por violação de uma ordem militar. A polícia palestiniana, por seu turno, apenas referiu três israelitas e desmentiu ter agredido qualquer um deles.
Este novo incidente acontece num ambiente de tensão entre israelitas e palestinianos. Na noite de quinta para sexta-feira, jovens palestinianos lançaram cocktails Molotov para o interior do Túmulo de José, incendiando o local sagrado.
No sábado, as autoridades do estado judaico mataram três palestinianos, dois rapazes e uma jovem, em incidentes isolados, depois de estes terem atacado soldados e civis israelitas.
Papa Francisco apela ao fim do "ódio e da vingança"
Face à escalda da violência na “Terra Santa”, o Papa Francisco pediu “coragem e força moral para dizer não ao ódio e à vingança”. Na oração do Angelus, o chefe da igreja católica declarou-se “inquieto com a situação de tensão e violência” que assola a região e disse rezar para que “todos, dirigentes e cidadãos, se oponham à violência e tomem medidas concretas para acalmar as tensões”.
Francisco sublinhou que, no contexto do Médio-Oriente, a paz naqueles territórios é, “mais do que nunca, crucial”.