Três palestinianos mortos após ataques a israelitas
Quatro incidentes isolados que resultaram na morte de dois rapazes e uma rapariga. Outro agressor, baleado por um soldado, estava em estado grave. Nenhum israelita sofreu ferimentos sérios.
Uma rapariga e dois rapazes palestinianos foram mortos depois de três tentativas de apunhalamento de israelitas neste sábado, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, avança a Reuters.
Num outro incidente, ao início da noite de sábado, em Hebron, um indivíduo que tentou esfaquear um soldado israelita de 20 anos, no exterior do Túmulo dos Patriarcas, foi atingido a tiro pelo militar e encontrava-se em estado muito grave. Segundo o diário israelita Haaretz, que não identificava o atacante, vários colonos judeus que acorreram ao local tentaram impedir os serviços de emergência de prestar assistência ao agressor. O soldado, que exibia ferimentos moderados no torso, foi tratado no local e depois transportado para o hospital universitário de Hadassah, e estava livre de perigo.
O ataque junto ao Túmulo dos Patriarcas foi o segundo incidente violento a acontecer este sábado em Hebron, na Cisjordânia, onde meio milhar de colonos judeus vivem sob protecção militar. Durante a manhã, um jovem palestiniano de 18 anos tentou esfaquear um colono israelita, informou o exército de Israel. O rapaz acabou por ser morto pelo colono que tinha uma arma de fogo.
Também na mesma região, uma palestiniana aproximou-se de um posto da guarda fronteiriça, no centro de Hebron, e tentou apunhalar uma mulher soldado, ferindo-a ligeiramente numa mão. A soldado atirou a matar, revelou uma porta-voz da polícia israelita.
O terceiro caso aconteceu junto da fronteira em Jerusalém Oriental, quando as autoridades interrogaram um rapaz de 16 anos que caminhava de maneira "suspeita", disse um porta-voz da polícia. O jovem terá sacado de uma faca e tentado esfaquear um agente quando outros o abateram.
Nenhum israelita ficou ferido nestes incidentes.
Há duas semanas que a violência entre palestinianos e israelitas tem aumentado e já causou a morte a 39 palestinianos, não só homens, mas também mulheres e crianças. Do lado de Israel, morreram sete pessoas.
Os EUA têm intensificado os esforços para acalmar a violência na região. John Kerry, secretário de Estado norte-americano, tem falado ao telefone com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, e com Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana. Na próxima semana, Kerry e Netanyahu encontram-se na Alemanha.
Também o Presidente norte-americano, Barack Obama, expressou sexta-feira preocupação com a escala de tensão entre israelitas e palestinianos. "Estamos muito preocupados com esta explosão de violência", disse numa conferência de imprensa conjunta na Casa Branca com a sua homóloga sul-coreana, Park Geun-hye, reiterando a sua "firme convicção de que Israel tem o direito de manter a lei, a ordem e proteger seus cidadãos de ataques com facas e a violência nas ruas."
Obama, citado pela AFP, considera "importante, tanto para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e políticos israelitas, como para o presidente Abbas e outras autoridades, tentar mitigar a retórica que pode alimentar a violência, raiva e mal-entendidos."