A empresa, em parceria com outros investidores, entre os quais a firma de investimento Silver Lake (que já tinha participado na operação de saída de bolsa da Dell), chegaram a um acordo com a EMC para pagar 33,15 dólares por acção, o que significa um prémio de 28% aos accionistas da desta empresa. A aquisição será feita com uma mistura de acções da Dell e de dinheiro, e a empresa vai contrair nova dívida, junto de um consórcio de bancos, para financiar o investimento. Quando a operação estiver concluída, os compradores serão donos de 70% da EMC. 

A compra é um passo importante na transição da Dell de uma empresa fabricante de computadores, para um fornecedor de vários tipos de serviços empresariais. A marca americana é a terceira maior do mundo em termos de unidades vendidas, mas este é um mercado a encolher, à medida que o PC perde importância no segmento dos consumidores e quando os tablets e aparelhos híbridos estão a tentar convencer os clientes empresariais.

De acordo com dados da analista Gartner para o final do segundo trimestre, a Dell tinha vendido 9587 milhões de computadores, conseguindo uma quota de mercado de 14%, atrás da Lenovo e da americana HP, que é a líder. A Dell até conseguiu um aumento ligeiro da sua fatia de mercado, mas as vendas estão em trajectória descendente: foram menos 5% do que no mesmo trimestre do ano passado. No total, o mercado caiu 10%.

A operação acontece quando o sector assiste a várias compras e fusões, e ascende ao primeiro lugar na lista de maiores aquisições. Mas os números das operações recentes mostram que este está a ser um ano quente. De acordo com dados compilados pela agência Reuters, a transacção dos últimos 15 anos que mais se aproxima dos 67 mil milhões de dólares que a Dell estima pagar aconteceu em Maio, quando a Avago, uma fabricante americana de componentes, comprou a rival Broadcom, por cerca de 37 mil milhões de dólares. Outro negócio de grandes dimensões teve lugar no ano passado, quando o Facebook comprou o WhatsApp por 19 mil milhões de dólares.

A EMC, que está cotada na Bolsa de Nova (e tem instalações também em Portugal), fez despedimentos nestes últimos dois anos, durante os quais tem enfrentado uma concorrência crescente de serviços de armazenamento como os da Amazon. É também dona da VMware, uma empresa que presta serviços de virtualização, uma tecnologia usada para aumentar a eficiência dos centros de dados. 

A Dell, por seu lado, saiu de bolsa há dois anos e meio, numa compra de acções liderada pelo fundador, Michael Dell. A estratégia era aliviar a pressão imposta pelos mercados e ter maior flexibilidade na gestão da empresa.