Jason Day, o golfista que ousou acreditar
Como o australiano de 27 anos concretizou sonho de chegar a n.º 1 mundial do golfe
Cada palavra que lera no livro o inspirava diariamente, até que então começou a encarar mais seriamente o jogo. Carregava todos os dias o seu saco por mais de um quilómetro para chegar ao driving range, onde se encontrava com o seu treinador, mentor e figura paternal: Colin Swatton.
Sob o olhar de Colin, Day tornou-se em 2007 no jogador mais novo, aos 19 anos e sete meses, a vencer um evento do Nationwide Tour. Foi então que se tornou profissional e iniciou a sua viagem rumo ao PGA Tour.
Ainda na sua terra natal expressou pela primeira vez publicamente a vontade de ser n.º 1 do mundo. Tinha acabado de fazer 20 anos e preparava-se para a sua primeira temporada no PGA Tour quando foi convocado para uma conferência de imprensa para os media australianos.
Falou sobre o seu grande desejo de ultrapassar Tiger Woods como melhor jogador do mundo. Mas... assim que as palavras lhe saíram da boca ficou preocupado com a reacção dos media. Isto em Novembro de 2007, quando Woods estava no auge da sua carreira. Criticas choveram sobre Day, “é impertinente e está a delirar”.
A ideia de que alguém, excepto Woods, pudesse alcançar o topo do Official World Golf Ranking era impensável na altura. Day ficou chocado com as reações dos media. “Ele ficou mesmo em baixo” confessou o seu caddie e treinador de longa data Colin Swatton, acrescentando ainda “ Ele perguntou, “O que é que eu disse de errado? Toda a gente quer ser o melhor jogador de golfe no mundo. Eles não querem ser segundos ou terceiros, querem?”
Passaram-se oito anos e muito mudou... Woods está à beira de mais uma cirurgia e Day tornou-se uma foça dominadora. Chegou a n.º 1 com uma vitória por seis pancadas no BMW Championship. “Eu adoraria dizer, ‘Eu bem te disse’ mas isso não seria muito simpático” afirmou Day, acrescentado “ É bom sonhar em grande, é bom dizer aquilo que queres fazer.”
Jason Day emocionado abraçado ao caddie Colin Swatton / © GETTY IMAGES
Imaginava estar no topo do globo acima de milhões de pessoas que praticam esta modalidade. A sua imaginação crescia enquanto assistia na televisão à vitória de Tiger Woods em 1997 nos Masters.
Swatton lembra-se quando Day tinha 14 ou 15 anos e de lhe ter perguntado se tornar-se n.º 1 era um objectivo. O caddie e treinador estava sentado no seu escritório quando Day lhe respondeu “Acha que consigo mesmo ser o melhor jogador do mundo?” Foi então que Swatton disse “Claro que sim, tu só tens que ouvir, ser paciente e trabalhar muito e eventualmente vais chegar lá.”
Ao sair do green do Conway Farms no passado domingo o treinador confessou aos media: “Eu tinha todas as razões para acreditar que ele conseguiria um dia.”
Agora que é n.º 1 do mundo Day olha para trás e recorda: “Tem sido uma viagem maravilhosa desde o que era em criança, não saber o que ia acontecer ou se ia estar a jogar golfe sequer. Sinto-me muito abençoado por ter pessoas na minha vida que me guiaram ao longo do caminho. Trabalhei mesmo muito para chegar lá. Toda a gente tem sonhos. Desde que os tenhas em mente o tempo todo e trabalhes muito, tu consegues alcançar qualquer coisa.”
Provou isso mesmo no BMW Championship. E agora não é só o melhor golfista do planeta, como lidera a FedEx Cup quando falta disputar apenas o Tour Championship em Atlanta, já a partir de quinta-feira. E já se sabe que o vencedor deste milionário campeonato por pontos do PGA Tour recebe, além do prestígio, um bónus de 10 milhões de dólares.
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