Bank of China mantém-se nos prejuízos em Portugal
Instituição financeira que abriu as portas em Lisboa em 2013 teve uma perda de 3,1 milhões no ano passado.
Até agora, as perdas da instituição financeira chinesa, uma das maiores do seu país, somam 4,7 milhões de euros, já que o banco, presente em Portugal desde Abril de 2013, teve nesse ano uma perda líquida de 1,6 milhões. O relatório do Bank of China explica o prejuízo em Portugal com os custos de arranque da operação e com os custos com pessoal.
No final do ano passado, a filial de Lisboa, liderada por Xiao Qi, tinha activos no valor de 345 milhões de euros. O seu financiamento é garantido através de depósitos, mas também de linhas de apoio do grupo na China e da unidade do Luxemburgo (local a partir do qual gere os negócios na Europa).
De acordo com as contas da instituição financeira, que esteve na corrida ao Novo Banco, no final do ano passado os depósitos ascendiam a 276 milhões de euros, contando ainda com mais 71 milhões de apoios do próprio grupo.
Entre as operações realizadas em 2014 pelo Bank of China junto de empresas nacionais está um empréstimo de 200 milhões de euros à REN, que tem como maior accionista a empresa estatal chinesa State Grid. A REN conta ainda entre os seus accionistas com a Fidelidade (controlada pela chinesa Fosun) e com a EDP (onde o maior accionista é outra empresa estatal deste pais asiático, a China Three Gorges).
Na Europa, e além do Luxemburgo e de Portugal, o Bank of China está ainda presente na Holanda, Bélgica e Polónia. A consolidação das contas, feitas ao nível da unidade no Luxemburgo, mostra que as operações europeias geraram um lucro de 3,7 milhões de euros, uma subida de 1,2 milhões (46%) face a 2013.
A ajudar ao resultado esteve uma melhoria da operação polaca, que gerou lucros pela primeira vez. Tendo arrancado a actividade em Junho de 2012, cerca de um ano antes da operação portuguesa, a filial na Polónia contribuiu com 0,3 milhões de euros no ano passado, muito graças ao aumento da margem financeira.
Presidida por Yue Yi, a unidade do Luxemburgo tem como directora-geral Zhou Lihong. A gestora, por sua vez, tem dois directores gerais assistentes, Chen Longjian e Zhang Xiaolu. Estes três últimos são os responsáveis pela gestão diária do banco e pelo controlo das filiais europeias, e surgem designados como os “quatro olhos”.
O relatório da equipa de gestão refere que a instituição financeira “continua a focar-se no desenvolvimento dos seus negócios” em renminbi, a moeda chinesa, destacando que foi a primeira empresa deste país a lançar obrigações em renminbis negociáveis no continente europeu. O Bank of China destaca ainda que tem apostado em melhorias ao nível da governação e do “controlo de conformidade das suas filiais”.
De acordo com o relatório da instituição, as autoridades locais de fiscalização “realizaram acções de inspecção no local nas filiais da Polónia, Lisboa e Roterdão” durante o ano passado. “O banco certificou-se de que quaisquer pontos fracos detectados fossem remediados de forma atempada”, referem os seus responsáveis.