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Ai Weiwei é o homem cinco estrelas da rentrée londrina

A muito esperada exposição do dissidente chinês é a melhor coisa a passar pela Royal Academy em anos, diz a imprensa britânica.

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Ai Weiwei com os jornalistas no pátio da Royal Academy
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He Xie, caranguejos de porcelana
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He Xie
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Ai Weiwei
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S.A.C.R.E.D.
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Coloured Vases
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“Aqueles que duvidaram da integridade e da seriedade de Ai ou das suas qualidades como artista encontrarão muito em que reflectir”, escreve Adrian Searle, o crítico do The Guardian, que dá cinco estrelas à mostra que este sábado abre ao público (fica até 13 de Dezembro). Cinco estrelas também no The Independent, onde se lê: “A exposição serve de dupla celebração. Honra a recente devolução ao artista do seu passaporte (apreendido pelo Governo chinês em 2011) e o facto de ele poder [agora voltar a] viajar. É uma exposição coerente e belamente instalada. Dará ao público oportunidade de analisar este extraordinário artista tanto na sua faceta de 'activista’ quanto de experimentar o puro prazer estético imbuído no seu uso de materiais e no seu virtuosismo técnico, de escala e repetição.” E cinco estrelas ainda no The Times: “É o artista vivo mais famoso do mundo. A Royal Academy fez uma bela jogada (...). Podemos ter tido oportunidades anteriores de avaliar o seu talento – no Turbine Hall da Tate Modern, na Lisson Gallery ou no Blenheim Palace –, mas esta exposição apresenta uma oportunidade de dar um passo atrás e pesar a sua contribuição cultural.”

Uma contribuição multidimensional: a arte de Ai Weiwei é rica em referências ao minimalismo e ao conceptualismo, mas também sempre se enraizou profundamente na experiência de vida pessoal do artista e no lugar que ocupa na sociedade chinesa, refere Searle; a sua frontalidade ao abordar problemáticas sociais fracturantes – entre elas as que emergem por entre os fios do desenvolvimento da sociedade chinesa – não entra em conflito com essa trama referencial, sublinha o crítico do Guardian.

Comissariada em colaboração com Ai Weiwei, que trabalhou a partir do seu estúdio de Pequim, enquanto estava ainda impedido de viajar, a exposição da Royal Academy começa com obras datadas do momento em que o artista voltou à China vindo dos Estado Unidos, em 1993. O arco vem até ao presente, com trabalhos feitos especificamente para as salas e os pátios da Royal Academy. “Com a ousadia habitual, os trabalhos escolhidos exploram uma multiplicidade de temas desafiadores, partindo da experiência pessoal do artista para comentar a liberdade criativa, a censura e os direitos humanos, bem como examinar a arte e a sociedade chinesas contemporâneas”, lê-se no site da Royal Academy.

“A forma como as coisas são feitas interessa tanto no trabalho de Ai como o que está a ser feito, desfeito e refeito”, escreve ainda Searle. É mais do que demonstrar a excelência da arte chinesa no trabalho com materiais como a madeira, o mármore ou o metal. “Essas qualidades, com a sua longa história, não são redundantes, apesar de tanto se ter perdido na pulsão chinesa rumo à modernidade, numa névoa de poluição e destruição. Não tanto um fazedor de coisas quanto um encenador, comissário e orquestrador, Ai percebe as especificidades dos temas e materiais, [tanto] no que significam quanto no que podem fazer.”

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LEON NEAL/AFP

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