Centenas de pessoas de quarentena devido ao ébola no norte da Serra Leoa

Medida das autoridades de saúde segue-se à morte de adolescente, o primeiro caso mortal confirmado em meses.

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O vírus do ébola DR

A Serra Leoa celebrara, no passado mês, a alta hospitalar do último doente com ébola internado nos seus centros de tratamento. Mas desde então, tem havido uma nova série de casos. Duas pessoas morreram e cinco ainda estão a ser tratadas.

O pior surto de sempre de vírus do ébola vitimou mais de 11.000 pessoas na Serra Leoa, Guiné e Libéria desde que começou, em Dezembro de 2013. Este mês, a Libéria foi declarada livre da doença, mas, devido a crescentes indícios de que o vírus poderá sobreviver no esperma durante mais tempo do que se pensava, receava-se que surgissem novos casos.

A adolescente morreu este domingo na unidade de tratamento do ébola do International Medical Corps, anunciaram as autoridades. Emmanuel Conteh, responsável pelo Centro de Resposta ao ébola para o distrito de Bombali, no norte da Serra Leoa, diz que cerca de 690 pessoas da aldeia de Robuya, onde a jovem vivia, ficarão isolados durante três semanas.

“Sete dos seus contactos primários foram transferidos para a unidade de tratamento do ébola”, disse Emmanuel Conteh à Reuters. Três doentes que contactaram com a rapariga noutra unidade de saúde também já se encontram na unidade especializada.

Emmanuel Conteh disse ainda que os profissionais de saúde estavam a investigar a forma como a adolescente terá sido infectada, uma vez que não saía da aldeia há anos. Suspeita-se que tenha tido relações sexuais com alguém que sobreviveu à doença.

“Ficámos perplexos perante esta hipótese, porque o sobrevivente em causa teve alta em Março, muito para além do período de 90 dias no qual se pensa ser possível uma transmissão sexual”, explicou ainda aquele responsável.

Pallo Conteh, que gere a resposta da Serra Leoa ao ébola a nível nacional, já alertara para o risco de um novo surto do vírus depois de uma mulher ter morrido no vizinho distrito de Kambia, na fronteira com a Guiné.

Naquele distrito, perto de 1000 pessoas já vão na sua segunda semana de quarentena, mas um contacto “de alto risco” ainda permanece por identificar, disse Pallo Conteh.