Criança morre atacada pelo cão dos avós em Castro D’Aire
Pastor alemão mordeu menino de cinco anos no pescoço. Criança também tinha ferimentos na cabeça.
“Quando chegaram encontraram a criança no terreno, mordida no pescoço e com ferimentos na cabeça. Já estava a ser assistida por uma enfermeira e por um bombeiro nosso que estava fora de serviço e ia a passar. Não sabemos se o cão também mordeu a cabeça ou se esses ferimentos resultam de uma queda posterior ao ataque do pastor alemão. Os nossos bombeiros tentaram logo de reanimar o menino juntamente depois com os elementos da viatura médica, mas já não havia nada a fazer. Telefonaram-me a chorar. Não é todos os dias que se vê uma criança neste estado”, contou ao PÚBLICO, o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Castro D’Aire, João Carlos Matos.
O menino estaria a brincar com o cão, mas a GNR não dispõe de qualquer informação anterior que pudesse indicar que o pastor alemão era agressivo, nomeadamente de queixas. A informação foi confirmada pelo Tenente Coronel José Machado, porta-voz da GNR de Viseu. A Guarda enviou para o local efectivos do Serviço de Protecção da Natureza, Ambiente e Protecção Animal que recolher o cão. “Aguardemos por uma análise do veterinário municipal que será quem decidirá o destino do animal”, explicou o tenente-coronel.
A criança foi levada para a delegação do Instituto de Medicinal Legal, em Viseu, e só a autópsia poderá indicar se também as mazelas verificadas na cabeça foram provocadas pelo cão.
Terá sido a avó a encontrar o menino naquele terreno onde o cão costumava estar, ao lado de um tractor. Ligou de imediato para o 112 a pedir ajuda. “Depois de ter sido declarado o óbito, os meus bombeiros ligara-me a pedir uma ambulância para transportar o corpo. Estavam muito abalados e um deles teve de receber assistência dos psicólogos do INEM”, acrescentou ainda o segundo comandante da corporação.
A GNR, que registou a ocorrência, irá agora encaminhar o processo para o Ministério Público no sentido de se apurar uma eventual responsabilidade dos donos do animal, os avós. “Para já não podemos dizer que há qualquer responsabilidade. Faremos o habitual que será encaminhada o auto de notícia para o tribunal”, disse o responsável da GNR.