Navios europeus salvam 4400 refugiados da costa da Líbia
Autoridades italianas dizem ter recebido chamadas SOS de mais de 20 embarcações durante o dia de domingo.
A rota da Líbia para Itália foi, este ano, a segunda mais procurada – segundo a ONU, perto de 104 mil chegara à costa italiana. A Grécia ultrapassou entretanto pela primeira vez a Itália, com 160 mil pessoas a chegar.
Enquanto a rota grega é mais curta e feita em barcos mais pequenos, a da Líbia até Itália é marcada pelo uso de grandes embarcações com alguns dos passageiros presos na parte de baixo (muitas vezes literalmente fechados no porão, para quem tem menos dinheiro para a viagem), fazendo travessias extremamente inseguras. Só este ano morreram já mais de 2000 pessoas tentando chegar à Europa nestas embarcações sem segurança ou condições.
Nestas operações, vários navios de países europeus – sobretudo italianos – que fazem parte da operação europeia Tritão, participaram nas missões de resgate, e o navio dos Médicos Sem Fronteiras também salvaram 311 pessoas, incluindo um recém-nascido.
A operação serviu para alimentar críticas de políticos populistas. “Isto só pode ser uma piada”, reagiu Maurizio Gasparri, senador do partido Forza Italia, do antigo primeiro-ministro Silvio Berlusconi. “Estamos a usar as nossas forças para fazer o trabalho dos traficantes de pessoas e assegurar que somos invadidos”.
Enquanto isso, as autoridades italianas têm detido e acusado várias pessoas por suspeitas de operarem as embarcações, cobrando preços altos por viagens totalmente inseguras. Este domingo, foram detidos seis egípcios que terão usado um barco para levar 432 pessoas – mais de dez vezes do que a sua capacidade. Alguns a bordo, diz a agência AFP, descreveram ter de pagar extra para saírem da zona de carga e apanhar ar.