Gestão do Museu de Aveiro passa a municipal no primeiro dia de Agosto

Oposição tem criticado a decisão

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Paulo Ricca

Dois membros do governo, o secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, e o secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, vão participar na sessão de assinatura pública do contrato interadministrativo de delegação de competências entre a Presidência do Conselho de Ministros e a Câmara Municipal de Aveiro para a gestão do Museu de Aveiro (Museu de Santa Joana Princesa), que entra em vigor a 01 de Agosto.

Hoje mesmo, a CDU emitiu um comunicado em que critica a medida, considerando que a dimensão nacional do Museu de Aveiro e do seu espólio “não são compagináveis com a política de desvalorização e destruição da estrutura cultural do País, em nome, agora, de uma alegada descentralização de competências, que, inevitavelmente, se traduzirá numa irresponsável redução de escala”.

A CDU considera que o processo de negociação entre o governo e a autarquia liderada por Ribau Esteves foi conduzido com “opacidade total, circunscrevendo-se a um reduzido núcleo de partes interessadas, partidário, sectário, sem consulta pública, audição de parceiros sociais e associações”.

Para a CDU, o contrato interadministrativo “retira o Museu da rede de museus nacionais que, por sua vez, também enfraquece” e “nada tem a ver com descentralizar”, chamando a atenção para a falta de recursos do Poder Local e em particular da Câmara de Aveiro.

Outras forças políticas como o PS, que chegou a levar ao Parlamento uma proposta de resolução para a classificação do Museu como Museu Nacional, derrotada pela maioria, e o Bloco de Esquerda em acções públicas, também se têm insurgido contra a medida.

Por seu turno, a Associação dos Amigos do Museu de Aveiro (AMUSA), vincando o seu carácter apartidário, também manifestou publicamente a sua discordância pela “municipalização da gestão do Museu de Aveiro “um dos museus de arte com o maior número de visitantes no cômputo geral dos museus nacionais e uma referência nacional e internacional pela singular e excepcional colecção do barroco nacional e pelos tesouros nacionais que incorpora”.