Traficante mexicano “El Chapo” volta a fugir da prisão

Um dos mais poderosos barões da droga da História evadiu-se pela segunda vez de uma prisão de alta segurança no México.

Joaquin Guzmán, "El Chapo", em 2014
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Joaquin Guzmán, "El Chapo", em 2014 RONALDO SCHEMIDT/AFP
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A polícia mexicana reforçou a segurança junto à prisão de Altiplano, mas o preso continua a monte Tomas Bravo/Reuters

Em 2001, Joaquin Guzmán fugia da prisão de Puente Grande, com a ajuda dos guardas. Preso desde 1993, o líder do cartel de Sinaloa enfrentava acusações de homicídio e tráfico de droga. Evadiu-se, segundo os media mexicanos, dentro de um carrinho da lavandaria. Este episódio e os 13 anos de fugitivo que lhe seguiram, até ser de novo apanhado pelas autoridades do México, valeram a “El Chapo” um estatuto quase lendário, dentro e fora do país.

Entre 2001 e 2014, “El Chapo” tornou-se o traficante de narcóticos mais poderoso do mundo e criou uma fortuna astronómica, através de uma complexa rede de produção e distribuição de droga, que incluía diferentes regiões do globo, do Afeganistão à Austrália passando pela Europa ou por várias cidades dos Estados Unidos. O seu poder atingiu tais proporções que a revista Forbes colocou-o na lista das pessoas mais influentes do mundo, à frente dos presidentes da França e da Venezuela.

O cartel que lidera, o Sinaloa, controla os principais canais de distribuição de droga na fronteira dos Estados Unidos com o México e é responsável pela morte de mais de cem mil pessoas. Por essa razão, Guzmán enfrenta também várias acusações por parte das entidades federais norte-americanas e foi mesmo o homem mais procurado do mundo, após a morte de Osama Bin Laden. 

O procurador-geral mexicano, Jesus Murillo Karam, confessou à Associated Press, no início de 2015, que enviar “El Chapo” para os Estados Unidos iria permitir ao México poupar muito dinheiro, mas acrescentou que tê-lo preso no país era uma questão de “soberania nacional”.

Segundo o jornal mexicano El Universal, Guzmán evadiu-se da prisão de alta segurança de Altiplano na noite de sábado, através de um túnel com uma profundidade de um metro e meio, e cujas entrada e saída tinham dimensões de 50 por 50 centímetros. Esta conduta, que faz parte do sistema de ventilação e iluminação da prisão, tinha ligação a outros dois túneis, o último deles com uma extensão de quilómetro e meio e uma altura de 1,7 metros, por onde o preso se evadiu.

O Comissário Nacional da Segurança do México, Monte Alejando Rubido, explicou à imprensa do país que “El Chapo” fora visto pela última vez às 20 horas locais, perto do local onde eram fornecidos medicamentos aos presos. O alerta foi dado quase de imediato, quando os funcionários da prisão se aperceberam que Guzmán não aparecia em nenhuma das imagens captadas pelas câmaras.

O sistema de emergência foi accionado, fecharam-se todos os acessos à prisão e a polícia mexicana estabeleceu um perímetro à volta de Altiplano para efectuar as buscas. Homens, carros e meios aéreos foram destacados e até o aeroporto de Toluca foi encerrado, como medida de segurança.

Mas em vão. Tal como em 2001, Joaquin “El Chapo” Guzmán, um dos mais perigosos fora-da-lei dos tempos modernos, está outra vez a monte.

Texto editado por Ana Gomes Ferreira
 

   





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