André Carrilho vence World Press Cartoon
Trabalho distinguido pelo júri com o Grande Prémio da edição 2015 é sobre o ébola e, sobretudo, sobre o abismo entre a forma como os casos registados em África e no Ocidente são tratados pela comunicação social.
Carrilho, nome obrigatório quando em Portugal se fala de ilustração para a imprensa, já tinha visto este cartoon agora seleccionado tornar-se viral, intensamente partilhado e debatido nas redes sociais.
“Parece-me que a atenção que se dá às epidemias nos media ocidentais não tem a ver com uma medida universal de sofrimento humano, mas com a maior ou menor possibilidade de nos atingirem", disse ao PÚLICO em Outubro do ano passado. "Os meios de comunicação social tendem a passar de alguma indiferença para a sobreexposição e pânico, sem nunca deixarem de tratar o assunto numa perspectiva que opõe 'eles' [África] a 'nós' [EUA e Europa]."
Nesta edição do WPC muitos são os outros autores premiados e distinguidos com menções honrosas em categorias como Caricatura, Desenho Editorial ou Desenho de Humor. Vêm do Brasil, Bulgária, França, Grécia, Irão, México, Portugal e Suécia.
Michael Kountouris, um veterano que já foi Grande Prémio WPC em 2013, está entre eles. Desta vez é no Desenho de Humor que se destaca, com um cartoon alusivo à crise grega, como não poderia deixar de ser. A portuguesa Cristina Sampaio também abordou a epidemia de ébola e isso valeu-lhe uma menção honrosa (Desenho Editorial). Na Caricatura o primeiro prémio foi para o brasileiro Cau Gomez, com um Papa Francisco a "venerar" a megaestrela do futebol mundial Lionel Messi.
Além de António Antunes, o júri desta edição do WPC incluiu Firoozeh Mozaffari (Irão), Augusto Cid (Portugal), Xaquín Marín (Espanha) e Agim Sulaj (Albânia).