Rússia prepara resposta ao prolongamento das sanções da UE
Medvedev deu instruções para que seja preparado pedido para prolongamento das “medidas restritivas” por seis meses. Rússia continuará a não comprar alimentos europeus.
É uma reacção à decisão europeia de prolongar pelo menos até ao início do próximo ano as sanções à Rússia aprovadas a 29 de Julho de 2014 e reforçadas em Setembro.
Os países ocidentais adoptaram a proibição de vistos a cidadãos e o congelamento de bens da Rússia, que acusam de apoiar os rebeldes do Leste da Ucrânia.
A resposta russa foi proibir, em Agosto, a importação de bens alimentares da UE, dos EUA, da Austrália e do Canadá. A decisão de prolongar a interdição foi noticiada pela agência Interfax, segundo a qual o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, deu instruções para que seja preparado um pedido para prolongamento das “medidas restritivas” por seis meses.
Responsáveis russos disseram que as sanções serão prolongadas em linha com as da UE. “Falando de sanções, a nossa abordagem assenta na reciprocidade”, disse na semana passada Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.
Uma porta-voz do Ministério russo da Agricultura disse à Reuters que está a ser preparada a lista de importações proibidas. No último ano foram frutas, legumes, carnes, peixe, leite e produtos lácteos.
A decisão de prolongar as sanções à Rússia por seis meses, até ao fim de Janeiro de 2016, foi formalmente tomada esta segunda-feira pelos chefes da diplomacia da UE, depois de, na semana passa, os 28 Estados-membros da União Europeia a terem aprovado por unanimidade, como forma de pressionar Moscovo na questão da Ucrânia.
Os países da UE acusam a Rússia de apoiar e armar os rebeldes ucranianos, desestabilizando a Ucrânia, o que Moscovo nega.
O Governo russo considera infundadas as sanções, que impedem o país de se financiar nos mercados ocidentais e lhe veda o acesso a equipamento que possa ser usado pelo sector da defesa e a material de exploração petrolífera.
As sanções europeias serão prolongadas “até que a Rússia cumpra as suas obrigações resultantes dos acordos de Minsk”, disse, citado pela AFP, o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, Philip Hammond.
O acordo de cessar-fogo de Minsk assinado em Fevereiro prevê a adopção progressiva de medidas que permitam pôr fim à guerra entre separatistas pró-russos e o Governo de Kiev, que fez mais de 6400 mortos no Leste da Ucrânia. Ainda que a trégua venha sendo genericamente respeitada, não tem impedido combates esporádicos. Uma nova vaga violência irrompeu no início de Junho.