União Europeia renova sanções à Rússia por mais seis meses
Sanções ao sector financeiro e indústrias de Defesa e Energia mantêm-se até ao final de Janeiro. Decisão foi unânime.
Este é um acordo de princípio, negociado em Bruxelas pelos embaixadores dos 28 países, e cabe agora aos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros aprovarem a extensão na segunda-feira, durante um encontro de homólogos em Luxemburgo. Algo que é visto como uma formalidade.
Não haverá alterações às sanções, que foram impostas inicialmente em Julho de 2014 como resposta à anexação da Crimeia e ao apoio continuado de Moscovo aos rebeldes separatistas do Leste da Ucrânia – algo que o Governo russo nega. As sanções foram entretanto agravadas e incluem agora a proibição de investimentos na Crimeia.
Actualmente, as sanções europeias atingem serviços financeiros russos, assim como os sectores da Energia e Defesa. Limitam o financiamento de bancos russos no mercado europeu e impedem a venda de algum material tecnológico, por exemplo. Como resposta, Moscovo anunciou sanções à importação de alimentos vindos da União Europeia e dos Estados Unidos.
Sanções que o Presidente russo fez questão de recordar em visita à Itália, há uma semana. “Como é natural, esta situação não é do agrado de nenhum dos nossos governos, nem dos nossos empresários”, disse Vladimir Putin ao lado do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.
O prolongamento das sanções é uma decisão que exige a unanimidade entre os 28 Estados-membros da União Europeia. A preocupação dos apologistas de uma resposta forte à Rússia era a de que os países menos comprometidos com as sanções reacendessem o debate.
Grécia e Chipre, os países mais próximos de Moscovo, não o fizeram. Nem França e Itália. O ministro francês dos Negócios Estrangeiros chegou a defender que as sanções à Rússia ficassem dependentes do cumprimento dos acordos de Minsk, que preservam um cessar-fogo periclitante no Leste da Ucrânia.
Mas as constantes violações dos acordos de Minsk por parte dos rebeldes separatistas de Donbass – o nome formal para o Leste da Ucrânia – terão dissuadido o debate em torno do prolongamento das sanções. Estas violações “reforçaram a opinião de Berlim e deram pouco espaço para os argumentos dos cépticos”, escreve nesta quarta-feira o Financial Times.
Fora do acordo desta quarta-feira fica a apelidada “lista negra”, que inclui os nomes de 151 cidadãos russos cujos bens foram congelados e que estão impedidos de viajar na Europa. Nesta lista, que é válida até ao dia 15 de Setembro, estão também 37 empresas russas.