O nome do evento, “Sons da Cidade Por Coimbra Património Mundial”, já diz ao que vamos: é em favor de Coimbra mas é, também, um percurso pela cidade, com concertos dentro da área classificada e não só. O segredo, para não perder nada do muito que vai acontecer por Coimbra este fim de semana, é levar o “mapa do tesouro” na mão e seguir à risca tudo o que lá está indicado. O mapa pode ser consultado (com download disponível) na programação do evento
Este ano, os palcos especiais são as Repúblicas estudantis que abrem inusitadamente as portas para deixar que a população as conheça ao som da Canção de Coimbra ou outras músicas com algum cariz de intervenção. Segundo José Miguel Pereira, presidente da direção do Jazz ao Centro Clube (JACC), uma das entidades responsáveis pela programação do evento, o destaque às repúblicas é também uma forma de mostrar “a situação difícil e que ameaça” a sobrevivência destas casas de estudantes, sendo a sua inclusão no programa uma forma de a sua importância “estar visível”.
Tal como na primeira edição, o Sons da Cidade começa com uma conversa. No ano passado foram os agentes culturais emergentes a apresentar os seus projectos, e as dinâmicas novas foram comentadas pelos agentes de sempre. Este ano, para sublimar a confusão que persiste entre o que é o património material e imaterial, a programação arranca no sábado, dia 20, com um debate no Museu Académico com a participação de Sara Pereira, diretora do Museu do Fado (inscrito na lista em 2011 e condecorada pelo Presidente da República no passado 10 de Junho) e de Paulo Lima, curador da candidatura do Cante Alentejano. Com eles estará a secretária executiva da Comissão Nacional da UNESCO, Rita Brasil de Brito.
Depois acontecem vários eventos espalhados pela cidade, alguns em formato de visita guiada, como é o caso no próprio Museu Académico, (dia 20, às 16h30) ou no Museu Nacional de Machado e Castro (dia 21, às 17h00), numa performance protagonizada pelo “Guarda-Chaves”, personagem interpretada pelo actor Ricardo Kalash; ou então em forma de concerto, dentro (ou à porta) de algumas das mais emblemáticas Repúblicas da cidade de Coimbra. Por exemplo, Vitor Rua, um dos fundadores dos GNR, interpreta “Um coreograma na sonosfera” dia 20, às 17h45 no Largo de São Salvador, junto às Repúblicas Marias do Loureiro e Baco, e Pedro Henrique faz um “Concerto en passant” dia 20, às 18h15, na República do Bota Abaixo.
No domingo, às 16h00, é Luís Antero quem conduz os “Percursos Sonoros pelas Repúblicas de Coimbra”. O programa das festas ainda contempla uma instalação sonora da Casa da Esquina, junta às repúblicas Rás-teparta e Kuarenta, na Rua das Matemáticas, intitulada “Chambres, Rooms, Zimmers: resignificação” e que contempla narrativas de cidadãos sobre Coimbra e o país, Ainda no sábado, dia 20, deverão acontecer dois momentos altos deste extenso programa: a abertura extraordinária da Torre do Anto, que será um núcleo evocativo da guitarra e do fado de Coimbra, que vai receber serenatas diferentes do habitual.
A segunda edição do Sons da Cidade termina dia 22, com a apresentação do restauro da Porta Férrea da Universidade de Coimbra e com o lançamento do postal dos CTT “725 anos da Universidade de Coimbra”.