MERS não é emergência global, mas todos os países devem preparar-se, diz OMS

Propagação do coronavírus pela Coreia do Sul deve servir como um “sinal de alerta” para todos os países.

Foto
Limpeza num centro cultural de Seul, para acabar com vestígios do vírus JUNG YEON-JE/AFP

O MERS na Coreia do Sul já matou 20 pessoas e infectou outras 162. O comunicado onde são reveladas as principais conclusões da reunião do comité de emergência enumera os principais factores que contribuíram para a propagação do coronavírus MERS, na Coreia do Sul, onde se destaca a “falta de consciencialização entre os profissionais de saúde e o público em geral sobre a MERS” e, associado a esta, as “medidas inadequadas de controlo e prevenção nos hospitais”.

Face a esta situação, a OMS entende que todos os países devem estar “alertados” e “preparados para a possibilidade de propagação desta e de outras doenças infecciosas”, apelando ainda ao “fortalecimento da colaboração entre os sectores da saúde” dos vários países e ao “reforço dos processos de comunicação”, para prevenir situações de contágio semelhantes às verificadas na Coreia do Sul.

Contactado pela agência Reuters, Keiji Fukuda, director-geral assistente da OMS, alertou para a necessidade se manterem “altos níveis de monitorização e vigilância”, situação que, na sua opinião, está a ser seguida à risca pelas autoridades da Coreia do Sul. “Realmente estão a fazer tudo o que está ao seu alcance e a tentar acabar com isto”, afirmou.

Um total de 162 sul-coreanos foram infectados com o vírus MERS, um tipo de coronavírus que causa tosse, febre e pode causar uma pneumonia e fatal e levar à destruição dos rins. Vinte pessoas já morreram na Coreia do Sul, e mais de 6500 foram colocadas em quarentena, no hospital ou em casa. De acordo com o ministro da Saúde sul-coreano, quase todas as vítimas mortais eram idosos ou tinham doenças pré-existentes antes de terem sido infectadas com este coronavírus.

A OMS prevê que mais casos de infecção irão surgir nos próximos dias, mas acredita que os números estão a descer. O primeiro caso confirmado foi identificado há cerca de um mês, num empresário de 68 anos, que contraíu o vúus após uma viagem ao Médio Oriente. O coronavírus identificado na Coreia do Sul é, efectivamente, o mesmo que desde 2012 já infectou cerca de 1000 pessoas no Médio Oriente e matou 454, e que não se verificaram “alterações significativas” na sua genética.

Ainda assim, o comunicado admite que ainda há “lacunas várias no conhecimento sobre a transmissão do vírus entre seres humanos”, incluindo o potencial de “contaminação ambiental”. Embora a doença não constitua uma “emergência global”, deve continuar a ser estudada e aprofundada.

A doença surgiu pela primeira vez em 2012, na Península Arábica, e o vírus que a provoca é semelhante ao que causou a síndrome respiratória aguda (SARS), em 2003.

Alemão com MERS morreu 
Um alemão de 65 anos morreu no início do mês, aparentemente devido a complicações motivadas por um cancro no pulmão. Mas segundo os médicos, o homem terá contraído o coronavírus MERS, numa viagem aos Emirados Árabes Unidos. A infecção piorou bastante o seu estado de saúde e acelerou o desenvolvimento do cancro.

O Ministério da Saúde alemão comunicou que mais de 200 pessoas, que estiveram em contacto com a vítima, foram testadas, mas não foi identificado mais nenhum caso de MERS. Qualquer probabilidade de contágio foi eficazmente prevenida, dizem as autoridades.

Segundo o The Guardian, este é o terceiro caso de MERS na Alemanha, depois de outras duas pessoas terem sido infectadas com o vírus, em 2012 e 2013, tendo uma delas morrido.

Sugerir correcção
Comentar