Na sua nona edição, o festival Lisboa Mistura continua a programar a partir da ideia justa de que Lisboa é terra de muitas gentes. Não é um festival de músicas do mundo que quer dirigir o olhar para o exótico, mas antes para o espelho das várias culturas que coabitam na cidade, forma de as festejar e de convidar a conhecer melhor o vizinho do lado (ou de baixo, ou de cima, tanto faz). De 17 a 21 de Junho, com palco de entrada gratuita montado no Largo do Intendente, a faceta mais visível do evento – que integra ainda palestras, debates e encontros gastronómicos – terá como chamarizes os nomes de Hugh Masekela e dos Ibibio Sound Machine.

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Hugh Masekela, figura maior da música sul-africana, é uma autêntica lenda viva do jazz parido em África. Aos 73 anos, o trompetista cuja carreira nunca se esquivou de assumir fortes posições políticas – primeiro, contra o apartheid; mais recentemente, dando voz à sua oposição contra a injusta distribuição da riqueza mundial, contra as ditaduras no seu continente e contra a exploração económica e de recursos dos países africanos pelos países estrangeiros – continua a fazê-lo de forma tão empenhada que, no FMM 2012, em Sines, houve quem lhe sugerisse mais boca na trompete e menos comício político. Mas o lado incendiário do funk-jazz de Masekela vive também disso, dessa recusa de engolir e calar.

Os Ibibio Sound Machine são outra história. Também confirmados para esta edição do FMM, são um dos nomes fortes da editora Soundway, tendo sido fundados em Londres por Eno Williams. A sua sonoridade é um festim de referências, com epicentro claramente identificado na Nigéria, de onde Williams é originária, mas trazendo à baila e ao baile tudo quanto é frenesim musical dançável na rota entre Lagos e Londres. Há highlife, funk, disco e electrónica, uma verdadeira mistura para dar andamento às ancas.<_o3a_p>

O restante cartaz do Lisboa Mistura será anunciado em breve.