A iniciativa de organizar este autocarro foi de João Bernardino, morador no território da antiga Expo 98, pai de um rapaz de cinco anos e “activista da bicicleta”. A ideia é que, à semelhança do que “já acontece noutros países, nomeadamente no Centro da Europa”, as crianças se desloquem em conjunto para a escola, nas suas bicicletas, acompanhadas por um ou mais adultos. Este autocarro tem locais de partida e de chegada definidos, mas não tem paragens, pelo que os ciclistas podem juntar-se ao pelotão em qualquer ponto do trajecto.

No caso do CicloExpresso do Oriente, o percurso tem início no Terreiro dos Corvos, passando depois pela Rua Ilha dos Amores, Jardins Garcia de Orta, Cais dos Argonautas, Rua Nova dos Mercadores, Passeio do Adamastor e Alameda dos Oceanos, e termina na Escola Básica do Parque das Nações, na Rua das Gaivotas em Terra. A primeira viagem tem partida marcada para 8h25 desta sexta-feira, estando previsto que se repita todas as sextas-feiras até ao final do ano lectivo.  

Segundo João Bernardino, trata-se de um trajecto “com três quilómetros e pouco”, que é feito na estrada “em dois troços diferentes”. “Também é motivação nossa contribuir para a educação dos alunos e habituá-los a saber andar de bicicleta na estrada, em ruas calmas”, justifica, sublinhando que um dos objectivos desta iniciativa é “contribuir para a autonomia” dos pequenos ciclistas.

Com este autocarro de bicicletas pretende-se, resume o consultor em transportes, “promover a mobilidade sustentável, e a qualidade de vida no Bairro”, mas também “facilitar a vida dos pais”. O público-alvo são os alunos do pré-escolar ao quarto ano, estando estipulado que haverá pelo menos um adulto por cada quatro crianças.

“Já apareceram várias pessoas a mostrar interesse em participar”, conta João Bernardino, que continua à espera de inscrições de miúdos e graúdos, por telefone ou correio electrónico. A esta iniciativa já aderiram a associação de pais da escola na Rua das Gaivotas em Terra e a Junta de Freguesia do Parque das Nações.

Sofia Lima, que tem a dupla qualidade de mãe de uma aluna da Escola Básica do Parque das Nações e de responsável pela área da mobilidade na junta, explica que com este projecto juntou “o útil ao agradável”. Esta moradora no território da antiga Expo 98 vai ser um dos adultos que vão acompanhar as crianças até à escola, dando assim o corpo ao manifesto num projecto que acredita que contribuirá para “incentivar os mais pequeninos a utilizar modos menos poluentes e mais amigos do ambiente”.