Professores de português no estrangeiro vão fazer greve

Sindicato dos Professores das Comunidades Lusíadas (SPCL)anunciou uma greve para o dia 23 de Maio, dia dos exames do Instituto Camões, mas assegura que os alunos não serão prejudicados.

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Público/ Arquivo

Teresa Duarte Soares considerou que os docentes do EPE são "discriminados negativamente" em vários aspectos em relação aos seus colegas portugueses. "Somos nós que temos que angariar os alunos suficientes para garantir os nossos horários", sublinhou a sindicalista, que também é professora.

A sindicalista acrescentou que para além de ter de contactar os pais dos alunos para realizarem as matrículas, os docentes têm de receber as propinas (cobradas só em alguns países) e realizar outros trabalhos administrativos. A professora referiu ainda que "os professores na Suíça, além dos cortes salariais, sofrem ainda com o câmbio desfavorável".

"A greve prevista acontece no dia dos exames do Instituto Camões, marcados para o próximo dia 23, mas não prejudicará os alunos, pois os referidos exames são voluntários e os seus resultados não têm qualquer influência no percurso escolar dos alunos nos vários países de acolhimento", afirmou a sindicalista. "Será porém uma significativa tomada de posição dos professores, que desesperam já por ver atendidas as suas justas reivindicações", acrescentou a professora.

Teresa Duarte Soares referiu que o SCPL e a FNE têm uma reunião agendada com o instituo Camões, em Lisboa, no dia 15 de Maio. O Sindicato dos Professores no Estrangeiro (SPE), afiliado da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), enviou um pré-aviso de greve dos professores do EPE na Suíça -- também para o dia 23 de Maio - às autoridades portuguesas na passada sexta-feira.

"A partir do momento em que o Governo suíço retirou o mecanismo de compensação que permitia a paridade entre o franco suíço e o euro, isso levou a uma perda entre 14% e 20% nos salários dos professores do EPE naquele país", explicou o responsável do SPE, afiliado da Fenprof. Banco Nacional suíço (BNS) decidiu em Janeiro abolir a taxa de câmbio mínima do franco suíço face ao euro (1,20 francos por euro), em vigor desde Setembro de 2011 e eixo principal da política monetária suíça há mais de três anos, e baixou diversas taxas de juro.

Segundo Carlos Pato, "é incomportável" viver hoje na Suíça com os salários que os professores do EPE recebem do Governo português.
Carlos Pato esclareceu ainda que o instituto Camões marcou uma reunião com a Fenprof e o SPE para o dia 13 de maio, em Lisboa, para discutir esta questão.