Pode ser transportado num saco ou numa bolsa sem correr o risco de derramar, não parte, não precisa de um saca-rolhas nem sequer de outro copo. O Split Wine é uma nova embalagem de vinho, pensada para piqueniques, passeios, festivais ou até para a praia.
A ideia surgiu quando um dos criadores do projecto, José Maria Alves, não conseguiu abrir uma garrafa de vinho num piquenique por se ter esquecido, precisamente, do saca-rolhas. Esse problema não lhe saiu do pensamento e “lembrou-se de outras ocasiões em que quis beber vinho e não conseguiu porque se deparou com inúmeras dificuldades”, conta Pedro Ramalho Fontes ao P3. José Maria (32 anos) e Pedro (29) juntaram-se a Carlos Leitão (26), formando a AFL, e a duas empresas — a Barão de Vilar (produtora de vinhos do Porto e Douro) e a Vinihold (“trader” de vinhos portugueses em mercados internacionais) — para arrancarem com o negócio que tem, assim, três empresas como sócios. Carlos é o único que está a 100% no projecto.
O Split é um copo inquebrável de vinho, sempre pronto para ser bebido, com 187 mililitros de bebida, a “dose ideal” que se aproxima de um quarto de uma garrafa normal e que, por isso, produz um menor desperdício. A concretização do produto e da escolha dos materiais esteve a cargo de uma equipa de engenheiros franceses, que, como resultado de uma pesquisa de vários anos, “descobriram uma forma de embalar o vinho no copo sob gases inertes”. O vinho fica assim conservado por um período de tempo “considerável”.
“Os materiais foram escolhidos tendo em conta a portabilidade, conservação, segurança e comodidade do produto”, explica Pedro. A película que garante o sistema de vácuo é fácil de remover, o que põe fim às dificuldades de abertura que uma garrafa de vinho pode comportar.
As embalagens Split Wine são recicláveis, mas não reutilizáveis para enchimento com vinho. “A qualidade máxima do enchimento só é garantida se o copo não tiver sido utilizado anteriormente”, assegura o jovem, que sugere “outras utilizações engraçadas” — “mealheiros, frascos para especiarias, pequenos jarros, etc.”.
Todos os vinhos vendidos são produzidos em Portugal, “mesmo as castas internacionais”, garante Pedro. Disponíveis estão embalagens de tinto Cabernet Sauvignon e Douro, branco da Península de Setúbal e Chardonnay e rosé, também da região de Setúbal. Os três sócios estão a estudar “o enchimento de sangria”, branca a tinta, no mesmo sistema.
Os mercados externos (China e Estados Unidos, por exemplo) são a principal aposta da Split Wine, que está negociar a entrada em mais uma cadeia de supermercados e um distribuidor. Os copos da marca podem ser encontrados à venda em algumas lojas e mercearias do Porto e de Lisboa, bem como no Continente de Cascais, em modo de teste, além do site. O produto é vendido em caixas com 20 embalagens cada, por 25 euros.