Interessados na Carris e Metro têm até meados de Maio para apresentar propostas
Ganha o concorrente que apresentar o preço mais baixo, uma opção criticada pelo presidente da Câmara de Lisboa.
A duração do contrato é de 96 meses, ou seja, oito anos. A adjudicação fica condicionada à apresentação, pelos interessados, dos comprovativos de requisição junto do Instituto da Mobilidade e dos Transportes da licença para prestação de serviços de transporte rodoviário e ferroviário.
Estão em causa dois contratos. Um é relativo à subconcessão do serviço de transporte público de passageiros por metropolitano na cidade de Lisboa e concelhos limítrofes, bem como à manutenção das infra-estruturas e sistemas técnicos.
O outro é relativo à subconcessão do transporte público colectivo de superfície de passageiros na capital, e na ligação aos municípios adjacentes, concessionado actualmente à Carris.
Nos dois casos, é abrangida a “exploração comercial, directa ou indirecta, de estabelecimentos comerciais, escritórios, máquinas de venda de produtos e a realização de serviços de publicidade, utilizando para o efeito os bens que integram o estabelecimento da Subconcessão”, lê-se no Diário da República.
O presidente da Câmara de Lisboa já se manifestou contra o lançamento deste concurso, que considerou ter ocorrido de forma precipitada.
Frisando não conhecer ainda o programa do concurso, António Costa criticou que o critério de adjudicação definido tenha sido "o mais baixo preço". "Revela bem qual é a intenção do Estado", acusou, lamentando que o critério estabelecido não inclua "a qualidade, a rede, o serviço prestado".
"O critério é a degradação do serviço", concluiu o autarca socialista, antecipando que se poderá também esperar "uma ofensiva muito grande sobre os direitos dos trabalhadores" da Carris e do Metropolitano de Lisboa.
Outro aspecto criticado por António Costa foi o facto de os termos do concurso obrigarem a que os concorrentes disponham de um alvará para prestação de serviços de transporte rodoviário e ferroviário. Algo que segundo diz poderá gerar "uma enorme confusão", na medida em que dá a entender que quem ganhar a subconcessão irá "substituir os concessionários [a Carris e o Metropolitano de Lisboa] na prestação do serviço", ao invés de se limitar a assumir a sua gestão.
Na reunião camarária que decorre esta terça-feira foi aprovada, com os votos contra do PSD e do CDS e os votos favoráveis da maioria e do PCP, uma proposta através da qual António Costa é mandatado para "intentar todas as acções judiciais ou arbitrais, incluindo procedimentos cautelares" que se revelem necessárias para travar a subconcessão do serviço prestado por aquelas empresas de transportes.
Notícia actualizada às 13h22: Acrescenta declarações do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.