Jerónimo de Sousa diz que culpa da lista VIP será "do técnico informático"
Secretário-geral do PCP acusa responsáveis políticos de nunca assumirem responsabilidades.
"Neste caso mais recente dos chamados VIP, vai haver possivelmente uma conclusão: a culpa é do técnico informático. Neste sentido, a questão de fundo é que assim nunca ninguém assume as responsabilidades políticas", afirmou Jerónimo de Sousa na intervenção que encerrou o encontro CDU Lisboa "Soluções para uma vida melhor na cidade de Lisboa e no País".
O líder político relembrou ainda o caso dos vistos gold e do BES/GES, afirmando que nunca se viu "tantas vezes os envolvidos a assumir o papel do célebre 'macaco sábio', ou seja, não ouvem, não vêem, não falam e quando falam não sabem".
Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa abordou, por várias vezes, a importância da campanha eleitoral da Coligação Democrática Unitária (entre o PCP e o PEV) nas próximas eleições legislativas, "cuja preparação já está em andamento".
"Uma campanha que no seu desenvolvimento permita, como tem vindo a acontecer, alargar mais e mais o apoio à CDU de democratas e patriotas, daqueles que já apoiaram, daqueles que estão indecisos, daqueles que nunca pensaram apoiar a CDU e que, perante a situação do país, vão considerar esse apoio como um imperativo na sua vida", vincou.
Jerónimo de Sousa defendeu ainda que "nunca como agora se impôs apressar o fim definitivo deste Governo", que, na sua opinião, "faz tanta falta como a fome".
Para o líder comunista, o actual Governo "só sobrevive porque o Presidente da República não está em consonância com o país e a vontade dos portugueses e a própria Constituição da República".
Em vez disso, Cavaco Silva "está determinado a salvar uma política de direita a todo o custo e um Governo da sua filiação partidária", referiu.
Jerónimo de Sousa acusou também António Costa de prosseguir uma "gestão ruinosa e descaracterizadora" do município de Lisboa, do qual é presidente.
"Pela própria mão da Câmara de Lisboa se destroem freguesias sacrificando identidades, tradições, vivências a pretexto de falsas racionalidades e critérios de escala", declarou.
O secretário-geral do PCP acusou igualmente o PS de, apesar de falar em mudança, "mais não visar do que perpetuar a mesma política" e "inviabilizar a verdadeira alternativa".
O líder comunista apelou, por fim, à mobilização para a marcha nacional organizada pela CDU, que está marcada para dia 6 de Junho, em Lisboa.