José Maria Pires foi poupado no escândalo Lanalgo
O caso remonta há mais de uma década, quando José Maria Pires era director de Finanças de Lisboa e envolve a venda do emblemático edifício Lanalgo, que passou para o Estado no âmbito de uma penhora e que, apesar de ter sido avaliado em quatro milhões de euros, acabou por ser vendido por 450 mil euros.
O instrutor do processo disciplinar, que foi aberto a quatro funcionários tributários, excluiu o antigo director de Finanças de Lisboa da lista dos responsáveis pelo mau negócio, apesar de este ter admitido, em depoimento, que acompanhou o caso com os visados e de os funcionários terem declarado nos autos que o director participou em todas as decisões.
Na contestação ao processo disciplinar, o funcionário voltou a alegar que José Maria Pires participou em decisões de venda do imóvel desde a escolha da leiloeira até à venda do imóvel.
Pouco tempo depois, José Maria Pires foi nomeado assessor do instrutor do processo à venda do edifício, o subdirector-geral José João Duarte, na altura responsável pela tributação do património.
No ano passado, José Maria Pires candidatou-se ao cargo de Director-geral dos Impostos, mas apesar da proximidade que mantém com o secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, acabou por não ser o escolhido.