Quando a tecnologia para videojogos se junta à dança

Português Frederico Phillips e japonesa Maria Takeuchi criam projecto que une tecnologia de baixo custo e dança. O resultado é as•phyx•i•a.

Processo de trabalho dos dados em computador
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Processo de trabalho dos dados em computador asphyxia-project.com
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Durante a captação dos movimentos da bailarina
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Durante a captação dos movimentos da bailarina asphyxia-project.com
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Imagens finais do projecto
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Imagens finais do projecto asphyxia-project.com
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Frederico Phillips é um português de 25 anos que aos 17 deixou Boliqueime, no Algarve, para ingressar num curso de Media Digital na Suécia. Parte do currículo do curso incluía seis meses de estágio obrigatório. Frederico decidiu tentar a sorte em Nova Iorque, Estados Unidos. Acabou por ficar e é aí que vive e trabalha desde 2009. Designer, usa tecnologia 3D como ferramenta principal para tentar encontrar um equilíbrio entre o técnico e artístico. No seu currículo encontram-se participações em vários projectos que envolvem marcas como a Mini, Ford ou Hyundai, Nike, Swarovski ou Panasonic.

Recentemente uniu-se a Maria Takeuchi, 29 anos, uma produtora de música de Brooklyn, para desenvolver as•phyx•i•a, um projecto experimental que “surgiu por existir a necessidade e uma vontade constante de experimentar e combinar novas ferramentas sem a pressão muitas vezes existente em trabalhos comerciais”, como explicou ao PÚBLICO.

A dupla decidiu recorrer ao Kinect para capturar a performance da bailarina Shiho Tanaka e utilizar não um mas dois sensores, para captar o máximo de informação possível. “Essa informação foi posteriormente combinada e filtrada de maneira a que pudéssemos prosseguir com o desenvolvimento visual. O projecto foi completado de início ao fim em cinco a seis semanas e todas as imagens renderizadas em cinco computadores”.

Frederico e Maria decidiram juntar vários softwares e o Kinect (Microsoft) para a captura de imagens de Shiho Tanaka a dançar. “Estas técnicas de captura já são possíveis e utilizadas constantemente há vários anos por produções com grandes capacidades financeiras, mas estes pequenos sensores permitem agora que a maioria das pessoas tenha a mesma oportunidade por um custo bem baixo”, diz o designer.

Através de sensores pouco dispendiosos, a dupla conseguiu captar dados dos movimentos da bailarina durante 30 minutos, que foram depois trabalhados em cinco computadores com ferramentas de tecnologia 3D que transformaram a coreografia interpretada por Shiho Tanaka em imagens computorizadas, que dançam ao som de uma banda sonora criada por Maria Takeuchi.

A associação da tecnologia com a arte da dança levou a as•phyx•i•a, um filme de três minutos, onde a “performance está centrada numa coreografia eloquente que enfatiza o desejo de ser expressivo sem limites”.

Desde que o trabalho de Frederico e Maria chegou à Internet, há poucos dias, o feedback que têm recebido é avassalador, conta o português ao PÚBLICO. “Foi muito surpreendentemente devido ao volume de visitas [ao site de as•phyx•i•a] e ainda estamos a tentar digerir todos os e-mails que recebemos. Faz, de facto, com que todo o trabalho e as horas em que trabalhámos neste projecto tenham valido a pena.”

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