Os jovens do bairro Lomas Modelo, em Monterrey (México), vivem imersos numa atmosfera de crime organizado, gangues e tráfico de droga. A associação "Escalando Fronteras" intervém junto de 100 desses jovens desde 2014 e utiliza como ferramenta o desporto radical, nomeadamente a escalada, com o objectivo de lhes proporcionar os instrumentos necessários para recusar a incursão numa vida de crime. Rory (norte-americano), Nicklas (sueco) e Javier (mexicano) são os fundadores do projecto e descrevem uma situação calamitosa em Monterrey: na região existem cerca de 1600 gangues compostos por mais de 35 mil rapazes e raparigas - os membros mais jovens têm apenas cinco anos de idade. Abuso de drogas, taxas elevadas de abandono escolar e disfunção familiar são alguns dos problemas que afectam estes jovens e os deixam sem recursos para contrariar um destino previsível: a intergração em cartéis de droga e consequentemente a prisão ou mesmo a morte. Porque foi escolhida essa modalidade? No "website", a associação refere que a prática da escalada se traduz, entre outras consequências, por uma melhor forma física, aumento da auto-estima e sensação de controlo ou redução de níveis de "stress".