Portas garante que Portugal mudou de ciclo económico

“Se tivéssemos pedido mais tempo (à troika) estavam a exigir-nos outro memorando e não haveria este momento de confiança no nosso país”.

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Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, fica com a coordenação das políticas económicas do Governo Nuno Ferreira Santos

Para o vice primeiro-ministro, Portugal já passou pelos anos “mais difíceis”. “Felizmente que a recessão ficou lá para trás. Ou seja, as coisas ainda são muito difíceis mas nós vamos para um ano económico melhor e isso é o que conta ao fim do dia para as famílias e para os trabalhadores”.

Portas lembrou que no plano das finanças públicas, Portugal passou por “um resgate duro, uma extrema dependência de credores e um memorando que foi negociado em desespero” e que o Governo “fez bem” em ter tido uma “saída limpa”. “Se tivéssemos pedido mais tempo, ainda cá tínhamos a troika, estavam a exigir-nos outro memorando e não haveria este momento de confiança no nosso país”, disse, frisando que Portugal está a atingir um dos crescimentos económicos “mais interessantes da zona Euro”. “Os países que mais vão crescer são, curiosamente, os que fizeram reformas estruturantes como Espanha e Irlanda”, sustentou.

O sinal de que Portugal está a mudar o ciclo económico verifica-se quando, segundo o vice primeiro-ministro, “há cerca de dois anos quando nascia uma empresa, duas desapareciam. Agora quando desaparece uma empresa estão a nascer duas novas”.

Na visita à empresa Aquinos, líder de exportação de sofás e onde inaugurou o novo polo, Paulo Portas apelou também para que haja uma “boa aliança” entre "o melhor do sector privado e aquilo que se deve exigir de mais eficiente às agências públicas".  "Qualquer empresário sabe que tempo é dinheiro. A administração pública tem de perceber que tempo é dinheiro, pois se não respondermos a tempo perdemos dinheiro", sublinhou.

O vice primeiro-ministro avisou ainda que o país vive num economia aberta e, “se as empresas têm vontade de investir, mas depois os processos não avançam por causa da inércia, burocracia, divergências ou indefinições, o investidor hoje em dia, com a tecnologia que existe, pode não ficar no nosso país e pode ir para outro lugar". O governante disse também que os investidores devem olhar com cuidado o próximo quadro comunitário de apoio, ter em conta o novo código fiscal de apoio ao investimento e aproveitar a redução do IRC. “Benefícios para quem investe no interior, para quem internacionaliza e para quem inova”.

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