Extinto na Natureza, o órix-de-cimitarra aumentou a família no Zoo de Lisboa
Espécie, cuja imagem de marca é o longo par de cornos curvados para trás, existe apenas em jardins zoológicos ou parques vedados.
Reconhecido pelos seus longos cornos curvados para trás, que lembram uma cimitarra – espada tradicional de alguns povos do Médio Oriente, como árabes, turcos e persas, utilizada pelos antigos guerreiros muçulmanos – este órix foi desaparecendo à medida que se intensificou a caça, a seca e a desertificação das zonas áridas e desertas do Norte de África, seu habitat natural.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, da sigla em inglês), estima-se que até 1985 havia cerca de 500 indivíduos em estado selvagem, em países como o Chade e o Níger. Três anos depois, seriam poucas dezenas. Desde o ano 2000 não há registo confirmado de avistamentos.
Com o nascimento desta cria, o Jardim Zoológico de Lisboa “orgulha-se de poder contribuir para a continuidade da espécie e para a futura reintrodução na Natureza”, sublinha em comunicado. Actualmente, a espécie vive em jardins zoológicos ou áreas protegidas vedadas, nomeadamente na Tunísia, Senegal e Marrocos, e são alvo de programas de reintrodução a longo prazo.
Além de alojar um macho, três fêmeas e agora a cria de órix-de-cimitarra, o Zoo de Lisboa participa no Programa Europeu de Reprodução da espécie, e em paralelo, para o seu Studbook Internacional (que concentra toda a informação sobre a espécie e as boas práticas para a sua conservação). Tem também apoiado financeiramente a preservação em parques naturais do Norte de África, através do Fundo de Conservação. O objectivo é conseguir reintroduzi-lo na Natureza.
Em adulto, este antílope chega a ter 1,5 metros de altura mas é o tamanho dos cornos - que pode ir até 1,2 metros de comprimento - que mais impressiona. A espécie é herbívora. Devido às características do seu habitat natural, o órix tem a capacidade para resistir meses a fio sem consumir água directamente, retirando-a apenas das plantas que consome. Ainda assim, não gosta do calor intenso, tentando por isso procurar alimento ao amanhecer e ao fim do dia. Normalmente vive em manadas de, pelo menos, 10 indivíduos, sempre com um macho dominante.
Cada fêmea pode ter uma cria por ano (a gestação dura oito meses e meio), que é amamentada até aos quatro meses. Com essa idade torna-se independente da mãe. O animal tem um pescoço largo coberto por pêlo castanho, que desce até ao peito e contrasta com a cor branca no resto do corpo.