Gastos dos turistas angolanos dispararam 22%

Visitantes vêm, sobretudo, para fazer compras. Angola não está entre os principais países que visitam Portugal.

Foto
Angola tem forte presença no turismo de compras português Rita Chantre/Arquivo

Os visitantes de Angola vêm a Portugal com um propósito muito específico e a maioria não procura nem praia, nem gastronomia. Vem, sim, fazer turismo de compras. De acordo com números da Global Blue, empresa que opera no negócio do reembolso de IVA, em média, cada angolano desembolsou 281 euros em cada compra, entre Janeiro e Outubro do ano passado. O número de compras cresceu 120%, muito acima do que se verificou entre os turistas brasileiros ou russos, que gastaram em média, respectivamente, 223 e 219 euros. Em 2013, os gastos dos angolanos no comércio, em regime de tax free (livre de impostos), ultrapassaram os dos turistas brasileiros, chineses e russos juntos. Estes gastos apenas contemplam produtos transportados pelos visitantes extracomunitários na sua bagagem (não abrangem, por isso, despesas em hotelaria e restauração).

Para os centros comerciais e as lojas situadas nas principais ruas de Lisboa e Porto, este é um público-alvo apetecível, que tem alavancado o negócio em anos de quebra do consumo interno. Os angolanos procuram não só produtos de luxo, mas também outras marcas de vestuário de grande consumo, de baixo a alto preço.

Contudo, Angola não figura na lista dos dez maiores mercados emissores de turistas para Portugal. Reino Unido, Alemanha, Espanha e França lideram nos gastos e nas dormidas na hotelaria nacional. Até Novembro, os ingleses desembolsaram 1664 milhões de euros (uma subida de 16,1% em comparação com 2013) e os franceses 1699 milhões de euros, por exemplo. Por dia, os turistas estrangeiros deixaram em Portugal 29 milhões de euros.

No movimento oposto, as viagens de portugueses a Angola são motivadas, sobretudo, por negócios. O país africano quer desenvolver o turismo e está a discutir uma proposta de lei para organizar, monitorizar, fiscalizar e promover esta actividade. O documento foi apreciado no final do ano passado em Conselho de Ministros e visa “assegurar um desenvolvimento e gestão sustentável dos recursos da bacia hidrográfica do rio Cubango-Okavango”, referiu, na altura, a agência noticiosa Angop.

Sugerir correcção
Comentar