Portas recomenda "pouca demagogia" e "prudência" sobre TAP

Líder do CDS-PP responde a António Costa no final do Conselho Nacional do partido, que decorreu em Elvas.

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“Não foi o PS que, aqui há uns anos atrás, queria vender a TAP à Swissair?”, questionou Portas Nuno Ferreira Santos

"Quando se diz, num texto subscrito com os credores, que se vai vender a TAP não sei que outro conteúdo" é que pretendem "alguns atribuir a essa palavra. Agora, eu recomendaria, sobretudo, pouca demagogia neste assunto da TAP", aconselhou Paulo Portas.

O líder do CDS-PP falava aos jornalistas no final do Conselho Nacional do partido, em Elvas, sendo confrontado com as declarações feitas hoje pelo secretário-geral do PS, António Costa, a propósito da TAP.

António Costa reiterou neste sábado que o memorando de entendimento assinado com a troika previa apenas a alienação parcial da TAP, respondendo com "factos" às críticas do PSD, e insistiu na necessidade de o "Estado manter uma posição de controlo" na companhia aérea.

Em jeito de resposta, Paulo Portas realçou que a TAP é uma empresa "muito importante para Portugal e para a projecção externa" do país, mas "precisa de capital, por causa da sua dívida" e "da antiguidade da sua frota".

"Os Estados não podem colocar capital nos termos das políticas europeias" e, por isso, frisou, a empresa "tem que se abrir ao sector privado, tendo a cautela de proteger a plataforma estratégica que liga Portugal à África e a América Latina".

"Mas não foi o PS que, aqui há uns anos atrás, queria vender a TAP à Swissair em duas etapas, primeiro venda e depois fusão? Eu recomendaria alguma prudência", afirmou, como recado aos socialistas.

Já na sexta-feira à noite, o líder socialista tinha contrariado o primeiro-ministro sobre o que diz o memorando de entendimento assinado com a troika em relação à privatização da TAP, garantindo que neste apenas estava prevista a venda parcial.

Hoje, o porta-voz do PSD, Marco António Costa, acusou o secretário-geral do PS de "ligeireza e precipitação", reportando para o memorando de entendimento original onde foi assumido o "princípio da venda total" da companhia aérea.

À tarde, no Porto, em declarações à agência Lusa à margem de um encontro com o autarca Rui Moreira, António Costa insistiu que "a alienação é parcial".

O Governo aprovou no dia 13 de Novembro o processo de privatização da TAP, através da alienação de acções representativas de até 66% do capital social da TAP SGPS, ficando o Estado com uma opção de venda de até 34% do capital remanescente, ao adquirente na venda directa de referência, caso faça uma apreciação positiva do cumprimento das obrigações pelo mesmo assumidas no âmbito da reprivatização.

Segundo as Grandes Opções do Plano para 2015, a receita global das privatizações conduzidas na actual legislatura corresponde a cerca de 9,2 mil milhões de euros, valor que, de acordo com o mesmo documento, "ultrapassou o objectivo fixado no memorando de entendimento".