Rui Loureiro escolhido para presidir Carris/Metro

O actual presidente da Refer, empresa em fusão com a Estradas de Portugal, tem ainda de passar pelo crivo da Cresap.

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Rui Loureiro nunca foi um entusiasta da fusão da Refer com a EP Enric Vives-Rubio

Rui Loureiro sucedeu a Luís Pardal na presidência da Refer, em Setembro de 2012, tendo sido uma escolha directa de Passos Coelho. Em Julho passado, quando foi anunciada a fusão da Refer com a Estradas de Portugal, não teve lugar na comissão que está a planear essa operação, tendo a gestora de infra-estruturas ferroviárias sido representada por dois administradores (Ribeiro dos Santos e Alberto Diogo). A liderar esta comissão está o actual presidente da Estradas de Portugal, António Ramalho.

O ainda gestor da Refer nunca foi um entusiasta da fusão da sua empresa com a gestora rodoviária e na semana passada comunicou, em despacho, aos seus quadros que não permitiria que estes se reunissem mais com a comissão sem autorização do respectivo administrador. Uma medida, disse, destinada a evitar problemas de funcionamento da empresa provocadas pelas constantes idas de directores e técnicos a reuniões de trabalho. António Ramalho ripostou no dia seguinte e fez publicar no site institucional da (futura) Infra-estruturas de Portugal que "a disponibilidade dos colaboradores da Refer e da Estradas de Portugal em todo este processo tem sido, genericamente, exemplar".

Quando Rui Loureiro ficou fora da comissão já tinha sido aventada a possibilidade de transitar para a Metro/Carris/Transtejo, cuja integração o Governo anunciou em Abril de 2013. No final desse mês, porém, rebentaria a polémica dos swaps, os contratos de cobertura de risco que se revelaram ruinosos em muitas empresas públicas. O caso fez rolar cabeças, incluindo a do presidente da Metro/Carris à época, José Silva Rodrigues. E, por isso, as duas transportadoras do Estado ficaram sem líder logo em Junho do ano passado. O Governo tinha o dossier por resolver desde então.

Pelo caminho, foi aprovada a entrada da Transtejo neste processo de fusão, que dará lugar à Empresa de Transportes de Lisboa. Um grupo que poderá, em breve, tornar-se um gestor de contratos, visto que o executivo pretende lançar as concessões a privados, à semelhança do que já fez com a Metro do Porto e a STCP.

Mas a nomeação de Rui Loureiro só acontecerá se a Comissão de Recrutamento e Selecçã para a Administração Pública (Cresap) considerar o gestor apto para o cargo. E, até agora, ainda nem sequer chegou à comissão o pedido de avaliação do seu perfil, que terá de ser remetido pelo Ministério da Economia, que tutela as empresas. O parecer da Cresap não é vinculativo, mas o Governo tem sempre seguido as suas recomendações.

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