Director do SEF suspeito de corrupção passiva
Trata-se de uma das indiciações mais pequenas de entre as 11 pessoas detidas na quinta-feira pela Polícia Judiciária, suspeitas de tráfico de influências, branqueamento de capitais e corrupção activa, entre outros delitos. Entre os factos apontados pelos investigadores, figura a oferta, por parte de outro arguido, o presidente do Instituto de Registos e Notariado (IRN), de duas garrafas de vinho, proveniente de uma quinta do segundo. Jarmelo Palos terá agilizado a obtenção de vistos dourados.
Nenhum dos 11 detidos sabe por enquanto se ficará em liberdade quando findar o interrogatório, a cargo do juiz Carlos Alexandre, ou se permanecerá na cadeia, por haver perigo de fugir ou de perturbar a investigação em curso: o magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal só dará a conhecer as medidas de coacção que vai aplicar a cada um dos arguidos quando terminar de os ouvir a todos, o que dificilmente acontecerá este domingo. O interrogatório decorre desde sexta-feira no Campus da Justiça, ao Parque das Nações, em Lisboa. Além do director do SEF, no sábado só foram ouvidos dois cidadãos chineses. Outros detidos estavam a ser ouvidos este domingo.
Entre os arguidos da chamada operação Labirinto figuram, além do director do SEF e do presidente IRN, António Figueiredo, a secretária-geral do Ministério da Justiça, Maria António Anes, que entretanto pediu a demissão do cargo, e a secretária-geral do Ministério do Ambiente, Albertina Gonçalves.
No centro das investigações estiveram duas empresas de que era sócia uma filha de António Figueiredo: a Golden Vista Europe, uma imobiliária que se dedicava à angariação de candidatos a vistos dourados, e a JMF, onde Marques Mendes ainda tem uma quota e da qual o ministro da Administração Interna Miguel Macedo também foi dono entre 2009 e 2011.