Grécia diz que está a negociar programa cautelar

Antonis Samaras tenta tranquilizar mercados que nos últimos dias mostraram receio de saída antecipada da troika da Grécia.

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Primeiro ministro grego diz que não é preciso um novo memorando da troika Louisa Gouliamaki/AFP

O primeiro-ministro grego, a falar à margem da cimeira Europa – Ásia, que decorre em Milão, voltou a afirmar que “a Grécia não tem necessidade de um novo memorando”. No entanto, fez questão de esclarecer que a forma como a Grécia irá viver o período pós-programa da troika está a ser negociada com a Comissão Europeia e o FMI e que “todos concordam que a Grécia irá manter-se no caminho das reformas”, sendo possível ainda que o país tenha a acesso a uma linha de crédito cautelar.

Samaras deixou claro que o mais provável é que a Grécia chegue a acordo com os membros da troika em relação a um apoio financeiro menos rígido do que o actual programa sob a forma de “uma linha de crédito cautelar, que proteja o país de eventuais perturbações nos mercados”.

Estas declarações do primeiro ministro grego surgem depois de, nos mercados internacionais, se ter assistido a um ambiente de grande instabilidade que trouxe de volta os fantasmas da crise do euro. O abrandamento acentuado da economia do espaço da moeda única foi uma das causas para o pessimismo dos investidores, mas outra razão apontada foi o facto de o Governo grego ter anunciado que pretende sair mais cedo do que o previsto do programa da troika.

O empréstimo da União Europeia à Grécia termina este ano, enquanto o do FMI dura mais um ano. Samaras deu a indicação que queria a troika fora do país antecipadamente (e antes das eleições).

Nos mercados, a maioria dos investidores não acredita na capacidade grega para resistir sem o apoio financeiro da troika. As taxas de juro da dívida grega a dez anos subiram de cerca de 7% na terça-feira para mais de 9% na quinta-feira. Portugal passou de menos de 3% para um valor acima de 3,5%.

Esta sexta-feira, o ambiente acalmou e nos mercados de acções e obrigações europeus, especialmente na Grécia, registou-se uma recuperação parcial das perdas dos dias anteriores.

Com um programa cautelar, Samaras não deverá conseguir contudo aquilo que desejava para antes das eleições, nomeadamente o fim da imposição de condições à Grécia por parte da troika.

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