Junta com apoio da câmara do Porto para obras em casas degradadas do Bonfim
Empresa Municipal Domus Social vai fornecer materiais para reparação de habitações particulares.
O Bonfim é uma das zonas do Porto com maior concentração de ilhas, onde vivem pessoas sem grandes recursos em habitações cujos donos, em muitos casos, também não têm dinheiro para realizar obras. Nesse sentido, a Junta de Freguesia liderada por José Manuel Carvalho, tem a seu cargo a responsabilidade de verificar as condições económicas de proprietários e inquilinos antes de estabelecer um plano de intervenção na habitação e pedir os materiais – semelhantes aos utilizados nas casas municipais – à Domus Social.
O Vereador da Habitação, Manuel Pizarro elogia este projecto inovador da freguesia que poderá, após avaliação, ser alargado a outras zonas. No Bonfim, a Junta conta também com o apoio da Cooperativa dos Pedreiros, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e da empresa municipal Águas do Porto. A iniciativa levou-a a contratar, com o apoio do Instituto de Emprego, quatro desempregados, que farão as obras, apoiados por um engenheiro, ex-desempregado também, que colabora em regime de prestação de serviços, explicou Pizarro, que preside à Domus Social e assina, esta quinta-feira, o protocolo com a freguesia.
O autarca socialista considerou que projectos como este” consolidam uma política de habitação que vai para além da habitação social”. A Câmara do Porto gere um parque de quase 13 mil casas, e não consegue acudir às cerca de 80 a cem solicitações mensais que vão engrossando a lista de espera por uma morada condigna. Neste momento, explicou Pizarro, há 700 famílias que cumprem os requisitos para poderem obter acesso a um apartamento municipal, mas há centenas de casos que ainda estão a ser analisados.
O presidente da Junta do Bonfim não estava esta quarta-feira contactável, mas numa nota sobre este projecto, publicada no site da freguesia, o autarca assume que “a Câmara Municipal do Porto não tem, nem será realista prever que possa vir a ter a médio prazo, a capacidade de resposta, no quadro do seu parque de habitação social, para acolher toda a população potencial e efectivamente candidata à necessária e legítima aspiração de melhoria das suas condições de habitação”. E entende por isso que a iniciativa que está a levar a cabo é uma forma de melhorar a qualidade de vida daquelas pessoas, esperando, nos próximos tempos, encontrar mais parceiros para o projecto.
A iniciativa vai ser monitorizada trimestralmente e Manuel Pizarro até admite que, se ela estiver a cumprir os propósitos, o orçamento de 20 mil euros possa ser aumentado, numa adenda ao contrato que hoje é firmado.