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Referendo da Escócia “ressuscita” separatismo nos Açores e Madeira

“O que é que até agora o Estado português deu à Madeira?”, questiona Jardim.

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Em Ponta Delgada, o dirigente da Frente de Libertação dos Açores (FLA) e ex-líder do Partido Democrático do Atlântico (PDA) José Ventura, entende que "faz sentido" a independência dos Açores face a Portugal. No Funchal, o presidente da Fórum para a Autonomia da Madeira (FAMA) e ex-deputado do PSD, Gabriel Drumond, reafirmou que que os madeirenses têm o direito de serem livres de Portugal e "ninguém lhes pode, democraticamente, impedir de fazerem um referendo".

“O que é que até agora o Estado português deu à Madeira ou o que é que promete à Madeira?, questiona Alberto João Jardim, instado a pronunciar-se sobre o referendo da Escócia e sobre idêntica reivindicação na Comunidade da Catalunha, a que o governo de Espanha responde com promessas de maior autonomia fiscal e o reforço do financiamento autonómico.

 Em conclusão do estudo sobre o “Deve e Haver” entre a República e a região, o presidente do governo regional considera que os madeirenses não são devedores. “Temos uma dívida do estado central que pesa no nosso sofrimento, no nosso esforço secular, no atraso, no abandono, na falta de legítimos meios financeiros a que durante séculos nos voaram. Somos credores”.

Neste momento, esclarece Drumond, "a Madeira não está a pedir a independência. Estamos, simplesmente, a reivindicar que nos dêem mais poderes fiscais", acrescenta. O ex-deputado regional do PSD e antigo presidente da câmara de São Vicente refere-se a uma das principais propostas do projecto de revisão constitucional apresentado por Jardim, também presidente honorário da FAMA, o movimento sucedâneo da independentista Frente de Libertação do Arquipélago da Madeira (FLAMA), a que é atribuída a autoria de atentados bombistas no Verão de 1975 e já declarado extinto. "Se Portugal não concordar com estas reivindicações da Madeira, então que façam um referendo", advoga Gabriel Drumond.

Por seu lado José Ventura lamenta que os deputados açorianos não tenham "a coragem suficiente para pedir a libertação do povo açoriano na Assembleia". O referendo nos Açores, refere aquele dirigente da FLA, “só pode ser feito em função da liberalização da criação de partidos regionalistas ou partidos independentistas que são proibidos pela Constituição e os nossos deputados têm uma grande culpa".

Criada em Londres por José de Almeida em 1976, a FLA tinha por objectivo lutar pela independência dos Açores face a Portugal. “A independência não é contra Portugal, mas com Portugal", ressalva Ventura.

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