Souto Moura foi a São João da Madeira em defesa da sua piscina

Obra custa 5,3 milhões e a câmara está disposta a pedir um empréstimo para a sua construção.

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Souto Moura garante que a obra não é complicada, a estrutura metálica é bastante simples, mas assume que se trata de um “projecto ambicioso” que dá sentido às traseiras do estádio da cidade. “Permite não só ser uma piscina, mas tem a pretensão de construir cidade”, especificou. No seu desenho estão três piscinas, uma das quais lúdica e de reabilitação física com um jardim de Inverno, mais um spa, uma cafetaria com esplanada, parque verde no exterior, estacionamentos para carros e bicicletas. Ao todo, 9500 metros quadrados de área de construção e 845 de plano de água. Souto Moura não se alongou na apresentação da obra e revelou que o único luxo da piscina é um espelho de água à superfície.

A sessão preparada pela câmara são-joanense abriu com um filme que realçava a componente desportiva do município, com várias fotografias a preto e branco, acompanhado de uma dança que terminou com três bailarinas de óculos de natação e roupa de ir à piscina. O vice-presidente da Federação Portuguesa de Natação, Gonçalo Rodrigues, aceitou o convite e deu a sua opinião. A Federação já emitiu um parecer favorável à obra e o responsável releu algumas partes do documento, realçando a visão ambiental do equipamento que apelidou de “inovador” e que tem “potencial de captação de públicos diversos”. “É uma piscina com medidas oficiais”. O que significa que os resultados serão oficialmente homologados.  

A câmara não desiste da piscina de Souto Moura e está disponível para pedir um empréstimo de cerca de dois milhões de euros ao Banco Europeu de Investimento. As contas estão todas feitas e segundo Ricardo Figueiredo, presidente da câmara, o procedimento não colocará em causa o endividamento municipal que estima ser de cerca de três milhões em 2018, ano em que o empréstimo começará a ser pago. “O impacto da construção da nova piscina é muito reduzido porque o nosso endividamento é muito baixo”.

Interesse supramunicipal
A lição estava bem preparada. Ricardo Figueiredo tinha mais números para apresentar. Ampliar a piscina actual, com 27 anos de funcionamento, custaria 5,7 milhões de euros. A manutenção dessa piscina custa cerca de 240 mil euros por ano. A piscina de Souto Moura custa 5,3 milhões e terá uma despesa de manutenção de cerca de 75 mil euros anuais, devido a uma forte componente de eficiência energética – será a primeira piscina coberta da Europa com certificação internacional Leed - e a uma previsão de aumento de utentes na ordem dos 30 por cento . Construído o novo equipamento, a actual piscina será transformada num pavilhão desportivo. A garantia foi dada por Ricardo Figueiredo durante o debate conduzido pelo jornalista Júlio Magalhães. Nas intervenções da plateia não se sentiram críticas que abalassem o projecto. 

A piscina de Souto Moura reuniu consenso nos cinco municípios da região de Entre Douro e Vouga (EDV) que, inclusive, assinaram uma declaração onde sublinharam o interesse da obra e que foi enviada ao secretário de Estado do Desenvolvimento Regional Castro Almeida – ex-presidente da câmara são-joanense e que iniciou este processo - e para o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. “Foi fácil para os presidentes do EDV perceberem que a nossa piscina tem um interesse supramunicipal”. “Nada do que se faz em São João da Madeira é apenas para os são-joanenses, mas sim para uma população de 75 mil habitantes da nossa área de influência”, acrescentou Ricardo Figueiredo que assegurou que as “todas as instalações desportivas são dimensionadas para o dobro da população”.

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