Rússia avisa que aproximação da Ucrânia à NATO põe em causa plano de paz

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo acusa Estados Unidos de encorajarem as pretensões do Governo ucraniano.

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As declarações de Sergei Lavrov surgem no arranque da cimeira da NATO, no País de Gales ALEXANDER NEMENOV/AFP

Apesar de apenas repetirem a posição já conhecida de Moscovo, as declarações de Sergei Lavrov surgem num momento crucial – no primeiro dia da cimeira da NATO no País de Gales; um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado as suas condições para a paz no Leste da Ucrânia; e na véspera da segunda ronda de conversações em Minsk, na Bielorrússia, em que Putin e o Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, dizem depositar muitas esperanças.

No final de uma reunião com o secretário-geral do Conselho da Europa, Thorbjorn Jagland, o ministro russo acusou vários países, em particular os Estados Unidos, de estarem a incitar as autoridades de Kiev a pedirem a adesão à NATO, algo que pode "fazer descarrilar todos os esforços".

"É preciso travar estas tentativas. Deixem de provocar aproximações deste tipo a partir do exterior, e trabalhem em conjunto com o objectivo de garantir a unidade nacional da Ucrânia", disse Sergei Lavrov.

A mensagem de Moscovo ganha uma nova dimensão depois de o primeiro-ministro interino e demissionário da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, ter pedido ao Parlamento que deixe cair a política de não alinhamento em relação à Aliança Atlântica.

A eventual adesão da Ucrânia à NATO foi contemplada na cimeira de 2008, em Bucareste, mas o antigo Presidente Viktor Ianukovich suspendeu o processo quando foi eleito, em 2010, com o argumento de que a integração não recolhia o apoio da maioria dos ucranianos. Na semana passada, o actual primeiro-ministro deu o primeiro passo para voltar a pôr a Ucrânia a caminho da NATO – depois de o Parlamento revogar a política de não-alinhamento, o país deverá formalizar o pedido de adesão.

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, e o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deram um apoio indirecto à pretensão de Kiev, dizendo que a organização mantém as portas abertas a quem preencher os requisitos de adesão.

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