A bolacha caiu ao chão? Tens cinco segundos!

Quando a bolacha vai ao chão, as bactérias que por lá habitam vão logo entrar em acção — o que faz com que, em teoria, ao comermos a bolacha estaremos também a ingerir as bactérias. O que a ciência diz sobre isto?

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Diyosa Carter/DR

“A bolacha caiu ao chão? Tens cinco segundos para apanhá-la!” Este podia ser um episódio do recreio da nossa infância ou simplesmente da pausa para o café num dia rotineiro de trabalho. Mas será mesmo que os cinco segundos podem salvar a bolacha das bactérias que habitam o chão (e não só)?

Num estudo recente, investigadores da Universidade Aston, em Inglaterra, dão a entender que afinal a regra dos cinco segundos é mesmo verdade, contra a opinião de um estudo que já tinha sido realizado em 2007 que dizia que apenas seria possível existir a regra dos zero segundos.

Estranho é que tanto um estudo como outro utilizam métodos semelhantes de investigação, têm resultados igualmente semelhantes mas com conclusões opostas. E agora, estará a bolacha a salvo ou não?

Quando a bolacha vai ao chão, as bactérias que por lá habitam vão logo entrar em acção — o que faz com que, em teoria, ao comermos a bolacha estaremos também a ingerir as bactérias. O objectivo de ambos os estudos foi determinar quanto tempo demoram as bactérias até “conquistarem” a bolacha. 

Os estudos realizados testaram três pisos diferentes: azulejo, madeira e carpete. A Universidade de Aston utilizou a bactéria Escherichia coli e Staphylococcus aureus enquanto o estudo de Clemson utilizou Salmonella typhimurium. Além disso, os investigadores de Aston testaram uma variedade de alimentos com diferentes graus de humidade (um pedaço de pão seco contra um doce pegajoso, por exemplo) enquanto os investigadores de Clemson testaram mortadela e pão.

A verdade é que, quando o alimento entra em contacto com uma superfície contaminada, a transferência de bactérias para o alimento é imediata. E o estudo realizado pela Universidade de Aston demonstrou que superfícies de azulejo, madeira transferem muito mais bactérias do que as superfícies em carpete. A investigação revelou ainda que os alimentos mais húmidos são mais propensos a captar bactérias do que eram os alimentos mais secos (como a minha dita bolacha). O que acontece — e é aqui que entra a discórdia dentro da concórdia — é que a eficácia de transferência é extremamente baixa, surgindo então a regra dos cinco segundos.

Para Hilton, “a transferência inicial é insuficiente para existir contaminação.” Na experiência, apenas um milionésimo da população bacteriana presente no chão foi transferido para o alimento quando seco, e cerca de 20 vezes mais quando húmido. No entanto, Dawson discorda e diz que “não importa nem o tempo, nem a superfície de contacto pois as bactérias que são transferidas são o suficiente para fazer alguém ficar doente”. 

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