JeKnowledge (e afins) que ensinam qualquer coisa

A jeKnowledge é uma comunidade de pessoas que querem por em prática o que aprendem na universidade, ter contacto directo com o mercado global e gerar valor ao mesmo tempo que aprendem e conhecem o ecossistema

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Carlos Barria/Reuters

Chegou aquela altura em que temos os finalistas do secundário a tomar “a decisão” e por outro lado os finalistas universitários a entregarem-se ao tal mundo dos “grandes” onde é cada um por si. Enquanto isso vai-se discutindo soft skills e qual a melhor forma de o fazer. E quiçá no meio de todos estes ciclos esse tal “mantra das soft skills” possa fazer a diferença.

Assim, de fino modo (que o grosso modo às vezes deixa escapar os pormenores), olhemos para um grupo de estudantes da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) que formam a jeKnowlegde, uma dessas “júniores empresas e afins que ensinam qualquer coisa” nas áreas de engenharia e gestão.

Mas afinal o que é a jeKnowledge? “Essencialmente, é uma comunidade de pessoas que querem mais do que tirar um curso durante a Universidade. Querem por em prática o que aprendem nas aulas, ter contacto directo com o mercado global e gerar valor ao mesmo tempo que aprendem e conhecem o ecossistema. Aprender fazendo é a filosofia”, conta o CEO André Carvalheira.

Com esta mesma filosofia, uma das últimas iniciativas desta júnior empresa foi a jeKnowledge Academy. Foram ainda mais longe no que toca orientar os jovens para o mercado de trabalho com “a tua primeira vez numa júnior empresa” e mostraram a 15 talentos do ensino secundário durante três dias o que se faz na prática nos cursos da FCTUC permitindo ainda vivenciar o ambiente empresarial de Coimbra. Para Sérgio Melo, sub-director da faculdade “criou-se uma ligação que faltava, que é a ligação entre a Universidade e o Secundário e este tipo de empresa e de ligação que criaram é uma mais-valia para a Universidade e para a Faculdade.

” Um desses talentos, Daniel Henriques, já sabe que quer a área de engenharia e para ele “foi muito interessante desenvolver novas capacidades de uma forma tão interactiva”. Diz ainda que “da mesma forma que conseguiram resolver os nossos problemas, fizeram com que adquiríssemos os conhecimentos que precisamos de modo a conseguir fazer as coisas fora daqui sozinhos.” Quantos de nós tiveram a oportunidade de ainda antes de ingressar no ensino superior perceber o que na realidade se faz?

Pode ser até que o Daniel seja um dos próximos elementos desta júnior empresa que desde 2008 já contou com mais de 60 talentos. Alguns deles até já criaram as suas próprias startups, como a Bundlr e Unplugg. “E como faz isso? Há formações internas dos membros e estes são envolvidos em projectos reais para clientes reais e onde o dinheiro desses projectos é investido em formação desses estudantes”, explica André Carvalheira.

No fundo, a fino ou grosso modo, são um grupo de estudantes que acreditam no seu valor, trabalham, e sim desenvolvem as suas softskills (até que gosto desta palavra) que poderão realmente ser diferenciadoras. E como eles próprios dizem “tudo é levado a sério, como em qualquer boa empresa. Mas acreditem que não nos deixamos divertir por isso.”

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