A Fnac vai alargar sua presença no mercado nacional através da abertura de novas lojas em localidades onde ainda não está presente: Oeiras, Setúbal e Faro. A empresa retalhista de origem francesa aposta num formato intermédio entre as clássicas unidades de 2000 metros quadrados e a última loja que inaugurou, nas Amoreiras, em Lisboa, que tem apenas 450 metros quadrados.
As três novas lojas terão um espaço que se baliza entre os 900 e os 1600 metros quadrados. Ou seja, as unidades que a empresa pretende inaugurar até ao final do ano têm o dobro do tamanho da unidade das Amoreiras, aberta no início de Dezembro do ano passado, e que simbolizou uma mudança na estratégia da Fnac.
Após a abertura desta nova loja no centro da capital, a Fnac passou a apostar no regime de franchising para expandir a sua presença em Portugal. Para já, no entanto, o modelo de negócio ainda não mudou, uma vez que as três unidades são um investimento do próprio grupo. No entanto, não há um regresso ao passado, já que, segundo adiantou a empresa ao PÚBLICO, estas lojas podem vir a ser franchisadas.
Conforme escreveu o PÚBLICO no passado mês de Dezembro, o grupo quer crescer mais rápido e estar em locais onde não conseguia chegar até agora com as lojas de maior dimensão. "Para estarmos mais perto de um tipo de consumidores que hoje não alcançamos, precisávamos de nos libertar um pouco do formato standard" de 2000 metros quadrados, explicou, então, a directora-geral da Fnac para Portugal e Espanha, Cláudia Almeida e Silva.
Embora ainda não tivesse o plano de negócios fechado, a gestora adiantou na altura que o novo plano de expansão poderia passar por “uma dezena” de novas unidades. Neste momento, existem 19 lojas no mercado nacional, abertas no espaço de 15 anos. A última unidade com cerca de 2000 metros quadrados foi aberta em Leiria, em 2010.
Ao mesmo tempo que aposta em lojas de menor dimensão e tenta enveredar pelo franchising, a empresa tem reduzido os custos e desenvolvido uma forte aposta no online, e foi reconvertendo a tipologia de produtos vendidos nas lojas, de modo a compensar a quebra nos discos e filmes.
Em 2012, a Fnac Portugal facturou 279 milhões de euros, menos 50 milhões do que em 2008, ano em que Cláudia Almeida e Silva passou a liderar os destinos da empresa no mercado nacional. As contas de 2013 apresentadas pelo grupo francês, que dão conta de uma quebra de 4,2% para 654 milhões de euros de receitas face ao ano anterior na Península Ibérica, não separam Portugal de Espanha. Olhando para as contas do primeiro semestre deste ano, a Fnac mostra que, nos dois mercados, houve uma estabilização das vendas nos 286 milhões de euros, com uma “boa performance em Portugal” no período em análise, verificando-se “uma subida nas vendas”.
Liderada por Alexandre Bompard, a FNAC voltou à bolsa em 2013, ficando a Artemis (da família Pinault) com quase 40% do capital.
Disputa na rua
Os grandes operadores do comércio têm aberto o negócio aos pequenos empresários independentes para crescerem e se expandirem num mercado fustigado pela quebra de consumo e de grande concorrência, sobretudo, pelo preço. Os portugueses deixaram para trás os tempos das “compras do mês” e os carrinhos cheios nos hipermercados e preferem comprar menos, com mais frequência e, de preferência, perto de casa. Por isso, a disputa de mercado faz-se, hoje, na rua.
A Sonae, dona do Continente (e do PÚBLICO) anunciou na quarta-feira que vai apostar num sistema de franchising para espalhar pelo país as lojas Well’s, de parafarmácia e óptica, que irão expandir-se graças a este formato. A Sonae já gere directamente 150 unidades, mas quer abrir as portas a franchisados, a quem dará apoio nas obras ou recursos humanos. O grupo também mudou o nome da book.it para note! e vai abrir o negócio de livraria e papelaria ao franchising.
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