Steyn destroçou o coração argentino

Os Pumas estiveram a ganhar por 12 pontos na segunda parte, mas uma penalidade a três minutos do fim garantiu o triunfo aos Springboks

Há uma semana, em Pretoria, o relvado escorregadio e algum menosprezo sul-africano serviram para alguns explicarem a difícil vitória (13-6) da África do Sul frente à Argentina no jogo de estreia do Rugby Championship. Sete dias depois, com sol e com a equipa de Heyneke Meyer em alerta após o susto em Pretoria, os Pumas voltaram a estar muito perto de fazer história e a três minutos do fim tinham uma inédita vitória na mão.

Foi uma dupla jornada contra a África do Sul onde a Argentina apenas se pode contentar com o ponto de bónus defensivo nas duas partidas e de ter discutido o resultado até ao último segundo, mas depois de um último ano e meio horrível, com 11 derrotas em 12 jogos, Daniel Hourcade saiu como vencedor deste início do Rugby Championship.

O seleccionador argentino, que trabalhou muitos anos em Portugal, vinha sendo alvo de inúmeras críticas no seu país, após iniciar uma renovação nos Pumas que passou por afastar alguns dos pesos-pesados da história recente do râguebi argentino, mas as primeiras batalhas deste nova Argentina provaram que a aposta foi ganha. A um ano do Mundial 2015, os Pumas voltaram a mostrar a garra e o coração que pareciam perdidos e sempre foram a imagem de marca argentina.

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Se a estatística valesse de alguma coisa, neste momento a Argentina estaria a festejar uma inédita vitória no Rugby Championship e o primeiro triunfo na história contra a África do Sul. Porém, apesar da grande exibição dos sul-americanos, repleta de garra, a experiência e o melhor banco sul-africano foi decisivo.

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Olhando para o que se passou durante os 80 minutos, os Pumas conseguiram ser melhores em quase tudo, inclusive nas formações-ordenadas, o que é um feito assinalável quando pela frente estavam sul-africanos, mas Heyneke Meyer tinha no banco alternativas com a qualidade que Daniel Hourcade não tinha e isso fez a diferença.

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A primeira parte foi equilibrada e após um ensaio para cada lado (marcados pelo promissor Manuel Montero e pelo consagrado Bryan Habana), o intervalo chegou com os sul-africanos na frente por apenas três pontos (16-13). Porém, após o descanso, os Pumas foram arrasadores.

Em apenas quatro minutos, o pequeno Tomas Cubelli (46’) e Joaquin Tuculet (50’) marcaram dois ensaios e, com mais uma penalidade de Nicolas Sanchez aos 55’, os Pumas conseguiam um parcial de 15-0 deixavam os Springboks perto do KO.

Com uma desvantagem de 16-28 e vinte minutos para jogar, Meyer usou os trunfos que tinha. Com um banco de luxo, o seleccionador sul-africano lançou Marcell Coetzee, Adriaan Strauss, Morne Steyn e Francois Hougaard e, com sangue novo, a África do Sul começou a dominar e foi recompensada: com ensaios aos 59’ (Hendricks) e 68’ (Coetzee), os Springboks passaram para a frente (30-28).

Sem as mesmas armas no banco, os argentinos ainda sonharam com o triunfo quando Marcelo Bosh, a sete minutos do fim, converteu uma penalidade a mais de 50 metros dos postes, mas a garra argentina já não resistia à falta de pernas e uma penalidade de Morne Steyn, aos 77’, despedaçou de vez o coração argentino e fixou o resultado final em 33-31.

“O mérito tem que ser dado à Argentina. Estiveram juntos durante um mês e jogaram um râguebi excepcional”, destacou no final Heyneke Meyer, após sobreviver a mais um grande susto contra os Pumas.

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