Yohann Diniz bate recorde do Mundo dos 50 km marcha
Francês termina prova nos Europeus de Zurique com marca de 3:32.33 horas.
Finalmente um atleta ganhou nos Campeonatos Europeus de Zurique, no quarto dia de provas, de bandeira portuguesa na mão, e para mais com um recorde mundial. Yohann Diniz chegou ao terceiro título europeu nos 50km marcha e após uma caminhada imparável destroçou o máximo mundial vigente para a disciplina, que o russo Denis Nizhegorodov detinha com 3m34m14s desde 11 de Maio de 2008, ao fazer parar os cronómetros em 3h32m33s.
No entanto, não foi a primeira e almejada medalha lusa no certame, dado que Diniz é francês. O atleta de 35 anos, quando caminhava para a meta com a vitória já certa, deu-se mesmo ao luxo de parar para pedir ao público uma bandeira, pedindo a de Portuhgal. Uma bem grande foi-lhe entregue e o novo recordista mundial entrou na meta envoltou nela e manteve-a sempre com companhia da francesa. Bem conhecido dos marchadores portugueses, Diniz revelaria no entanto que o seu portuguesismo tinha outras razões. Quis homenagear a sua avó portuguesa, que falecera no início do ano.
Esta história incrível deixou toda a gente embasbacada, e em particular os oficiais franceses que viram Diniz com uma bandeira de um país estrangeiro bem maior do que a francesa. Depois o assunto foi entendido e ficou a euforia por um máximo mundial obtido por margem impensável, colocando os franceses de novo do lado da excentricidade, após a desqualificação na véspera de Mahiedine Mekhissi por ter corrido os 3000m obstáculos sem camisola nos 100m finais.
Pedro Isidro foi o português nesta prova recorde, acabando em penúltimo, no 25.º lugar, com o tempo fraco de 4h07m44s.
O mau tempo voltou a fazer-se sentir nesta quarta jornada, onde aconteceu um pouco de tudo. Foram as provas femininas, no entanto, que geraram as maiores proezas. Nos 200m, com pista molhada e vento contrário, a holandesa Dafne Schippers juntou o título do duplo hectómetro ao dos 100m e não fez a coisa por menos, obtendo 22,03s, e assim retirando 31 centésimos ao anterior recorde nacional. A marca teria descido de 22 segundos folgadamente noutras condições, mas mesmo neste contexto Schippers passou a ser a mais rápida mundial de 2014.
No lançamernto do martelo a polaca Anita Wlodarczyk passou do inferno ao céu num ápice. Com dois nulos de entrada esteve à beira de uma despedida da final antes de tempo. Ao passar 75m no decisivo terceiro ensaio arrancou para um domínio total da final, selado com um envio improvável - devido ao círculo encharcado - a 78,76m, que a fez aproximar do recorde mundial de Betty Heidler (79,42m) e a coloca como terceira de sempre. Heidler, por seu lado, apenas acabou em quinta.
A mais esperada final do certame antes de ele começar, o salto em altura masculino, foi totalmente prejudicada pela chuva. Estavam em liça quatro atletas com 2,40m ou mais, o russo Aleksey Dmitrik ficou na qualificação, mas os outros três acabaram por ocupar o pódio. Ganhou o ucraniano Bogdan Bondarenko, mas bastaram 2,35m para tal. Passou-os à primeira e o seu colega Andrey Protsenko tentou reganhar o comando a 2,37m mas já não foi capaz e ficou com os 2,33m obtidos no derradeiro ensaio; o russo Ivan Ukhov fechou o pódio com 2,30m. As marcas ficaram muito longe do que se poderia esperar em condições normais.
O excelente público suíço teve a sua recompensa também, e algo inesperada, com o triundo de Kariem Hussein nos 400m barreiras com o seu melhor resultado de sempre a 48,96s.