A feira de S. Mateus, a mais antiga da península, quer chegar a Espanha

Há uma cidade nova nos 9000 metros quadrados do recinto da Feira de S. Mateus, em Viseu. Uma cidade com comboios, meios de transporte não poluentes, restaurantes, cinema, rio, comércio, concertos e diversões. Até 14 de Setembro, a Feira Franca mais antiga da Península Ibérica (622 anos) é o local de escolha para encontro de gerações e quer conquistar Espanha

Já no recinto da feira mais antiga da Península Ibérica há muito para ver, fazer e provar. Há quem tente a sua sorte com as rifas do grande bazar, nem que seja para ficar apenas com um saleiro em forma de tomate. Há quem queira mostrar as suas habilidades nos tiros ou nas setas e há aqueles que mostram a sua força no martelo. Os mais novos são levados para mundos da animação com viagens em comboios e barquinhos. Os mais arrojados testam a sua coragem na roda voadora e nos carrinhos de choque.

No recinto os cheiros confundem-se. As bifanas, o pão com chouriço, o porco no espeto e as farturas são as iguarias mais procuradas. Mas é a enguia que continua a ser a “rainha” da Feira de S. Mateus, uma tradição que ninguém sabe de onde veio, mas que se instalou nas memórias de quem já vai há mais de 40 anos a este certame.

“Quando vinha com os meus pais, já sabíamos que o dia era de festa. Entrávamos à hora de almoço e só saíamos quando os espectáculos do palco terminavam.  A minha avó trazia as batatas cozidas de casa e aqui na feira comprávamos as enguias para o jantar”, recorda Fátima Soares. Emigrada na França, a viseense admite que enquanto está de férias na sua terra-natal vem uma média de quatro a cinco dias à Feira de S. Mateus. “Num só dia não dá para ver e fazer tudo”.

“Novo ciclo” da Feira
A edição 622 da Feira de S. Mateus marca, para o presidente da Câmara de Viseu, o “ano um” de uma feira que vai entrar num “novo ciclo”. Almeida Henriques admite que o certame tem de se revitalizar, renovar, mas ao mesmo tempo recuperar a sua história.

"Esta é uma feira que cada vez mais quer ser uma feira nacional e uma feira que se internacionalize. É a feira franca mais antiga da Península Ibérica e queremos promovê-la no país, mas também entrar lentamente no mercado espanhol", sustenta.

Para o autarca, a edição deste ano ainda não é a Feira que ambiciona, mas foi feita tendo em conta os compromissos anteriormente assumidos. “Introduzimos algumas alterações, com destaque para a nova imagem exterior”, sublinha.

Almeida Henriques anuncia ainda que está a ser realizado um estudo de impacto económico e comunicacional da Feira de São Mateus e da sua marca, cuja coordenação cabe ao Instituto Politécnico de Viseu. Em preparação está igualmente estudo histórico e documental sobre o certame.

A Feira de S. Mateus propõe um cartaz com 70 concertos e mais de 120 actividades para os próximos dias. A programação recupera algumas tradições como  o "Dia de Viriato" a 31 de Agosto, data exclusivamnete dedicada ao herói mítico de Viseu.  No campo musical, sobem ao palco nomes Xutos e Pontapés, Ana Moura, Linda Martini, entre outros artistas nacionais, mas também muitos grupos de música tradicional portuguesa com origem na região de Viseu.

Nas novidades para este ano, destaque para "uma renovada iluminação", um serviço de torniquetes que permitirá controlar e contar as entradas e saídas e, também, um serviço de acolhimento e informação ao visitante. O Dão é também, pela primeira vez, o vinho oficial do certame.

Com um orçamento de um milhão de euros, a Feira de S. Mateus decorre até dia 14 de setembro, contando com 280 feirantes, 40 divertimentos e 30 restaurantes e tascas no seu recinto.

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