Contrato milionário entre a LNR e o Canal+ em risco

Queixa apresentada por um canal de subscrição deverá obrigar a renegociação dos direitos televisivos

Foto
Aubin L.

Era para se aplicar às próximas cinco temporadas, mas, afinal, pode durar apenas uma – em causa está o contrato assinado entre a Ligue Nationale de Rugby (LNR) e o Canal+, com vista à transmissão do Top 14, o principal campeonato da modalidade em França.

A incerteza quanto à longevidade do contrato, avaliado em 355 milhões de euros, surgiu depois de a Autoridade Concorrência francesa ter considerado que a atribuição dos direitos ao Canal+, em regime de exclusividade, não respeitou os parâmetros legais.

A queixa partiu do BeIN Sports e tem como argumento o facto de tanto a LNR como o Canal+ terem deixado este canal desportivo, que funciona em regime de subscrição, à margem do processo de negociação dos direitos, uma queixa que foi acolhida pela Autoridade da Concorrência.

A confirmar-se, a suspensão entrará em efeito a partir do início da temporada 2015-16, uma vez que o timing da decisão tornaria impossível leiloar os direitos para a presente temporada. Só que, até lá, adivinha-se uma longa batalha legal.

“A decisão é injustificada, incongruente e permeável às críticas”, lamentou Paulo Goze, número 1 da LNR. De acordo com a imprensa gaulesa, a medida não deverá afectar de sobremaneira as finanças dos emblemas de topo do Top 14, mas o mesmo não se poderá dizer a propósito de todos os clubes.

“A decisão é muito preocupante para os pequenos clubes. Com um acordo de cinco anos, estava garantida a visibilidade e permitiu pôr em curso projectos de curto e médio prazo, inclusivamente a contratação de jogadores por um período de três anos”, explicou o vice-presidente Simon Gilham.

Uma opinião bem diferente tem Jacky Lorenzetti, presidente do Racing Métro, que garantiu não estar preocupado com o mais recente desenrolar dos acontecimentos. “Por que é que o valor de um novo contrato há-de ser inferior ao que já está assinado? Não estou preocupado com esta decisão. Temos de deixar que a lei se cumpra”, defendeu.

Agora, a LNR terá até 31 de Janeiro de 2015 para encetar um novo processo de negociação dos direitos televisivos.

Sugerir correcção
Comentar