Maioria chumba audição imediata do presidente da TAP
Os deputados do PSD e do CDS-PP admitem chamar Fernando Pinto em Setembro, para esclarecer cancelamentos e incidentes com aviões da TAP.
"O PSD e o CDS-PP entendem que é importante ouvir o presidente da TAP, mas que deve ser em Setembro, depois da operação de Verão, permitindo fazer um balanço", disse à Lusa o deputado social-democrata Luís Leite Ramos.
O deputado do PCP Bruno Dias lamentou o chumbo da sua proposta, criticando o argumento dado pela maioria de ser cedo para ouvir o presisente da TAP. O grupo parlamentar do PCP requereu a audição do presidente da companhia aérea por considerar que é preciso "inverter este caminho, que ameaça destruir a TAP e o bom nome, respeito e prestígio que, justamente, a fiabilidade e segurança da sua operação conquistaram ao longo de dezenas de anos".
Em entrevista à agência Lusa na semana passada, o presidente da TAP admitiu um somatório de factores associados a um crescimento do tráfego acima do esperado, que têm conduzido a cancelamentos de voos, o que classifica de "dores de crescimento", que espera estarem sanadas em Agosto.
Fernando Pinto explicou como "vários factores" estão a abalar a operação da companhia, levando a que o índice de cancelamentos da TAP passasse de uma média de 1% para 2% em Junho e Julho. Um valor que, embora "alto", considerou que deve ser "relativizado", pois representa uma média de sete voos cancelados em 350 diários.
"Tivemos um atraso na recepção dos [seis] aviões, também um atraso na formação, sobretudo de tripulantes. Neste momento, conseguimos formar cerca de metade dos tripulantes que gostaríamos de ter formado", declarou Fernando Pinto. O atraso no reforço da frota e do pessoal, indispensável para operar as 11 novas rotas lançadas em Julho pela TAP, agravou-se com um crescimento do tráfego acima do esperado.
Na comissão de Economia e Obras Públicas também foi votada esta quarta-feira a proposta de lei que autoriza o Governo a legislar sobre o regime jurídico da exploração e prática do jogo online, que na sexta-feira será votada no Parlamento. De acordo com Luís Leite Ramos, "foram feitas mudanças muito pontuais ao texto, que não alteram globalmente o sentido da proposta do Governo".