Depois da vitória do Ukip nas eleições europeias, já se adivinhava que David Cameron pudesse mexer no Governo para tentar ir às eleições legislativas, marcadas para a primeira metade de 2015, com alguma hipótese de ganhar. A nível interno, a grande novidade é a saída de Michael Gove da pasta da Educação. As reformas de Gove nas escolas eram a garantia de que pelo menos os professores não iam votar em Cameron.

A nível externo, a surpresa foi a escolha de Philip Hammond para a pasta dos Negócios Estrangeiros. O homem que agora vai lidar com Jean-Claude Juncker é o mesmo que no ano passado disse que não pensaria duas vezes em sair da União Europeia se o Reino Unido não obtiver tudo o que pretende de Bruxelas. É mais um sinal que David Cameron dá de que está mais interessado em reconquistar os votos da direita que perdeu para o Ukip do que propriamente em participar no projecto europeu.