Mota Soares diz que redução do desemprego é "sinal de esperança e confiança"

PCP diz que redução do desemprego "é resultado da emigração" e da "perda de esperança".

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Pedro Mota Soares reconheceu que a redução é "lenta, mas consolidada" Enric Vives-Rubio (arquivo)

"Neste momento, o desemprego desceu para 14,3%, é certamente um sinal de esperança, é certamente um sinal confiança para muitas pessoas que estavam no desemprego e que agora conseguiram voltar ao mercado de trabalho", disse Pedro Mota Soares.

"É certamente um sinal que estamos a assistir a uma recuperação da economia, é uma recuperação sustentada da economia que nos permite também conseguir resgatar portugueses que estavam no desemprego e conseguir encontrar uma colocação profissional", sublinhou.

Pedro Mota Soares falava aos jornalistas em Castelo de Vide, no distrito de Portalegre, à margem de um conjunto de visitas e inaugurações que está netsa terça-feira a efectuar a instituições particulares de solidariedade social daquela região.

"É certamente um bom sinal, é um sinal que nos dá confiança e esperança, mas é também um sinal que temos que continuar a trabalhar. É fundamental olharmos para estes números, perceber que o desemprego em Portugal esteve em 17,3%, no final do ano passado estava em cerca de 15,6% e continuou-se a reduzir", observou. Pedro Mota Soares reconhece, no entanto, que a redução é "lenta, mas consolidada".

PCP diz que “as aparências iludem”
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, disse nesta terça-feira que as aparências iludem no que à redução do desemprego em Portugal diz respeito, lembrando que por dia saem do país 250 cidadãos para a emigração.

"Não apresentem isso como um trunfo e um triunfo, antes pelo contrário: é resultado da situação social, é resultado da emigração, é resultado de muitos trabalhadores perderem a esperança, tendo em conta a sua idade, a dificuldade em encontrar emprego, e já nem sequer o subsídio de desemprego recebem", declarou o comunista.

Jerónimo falava aos jornalistas na sede do partido, em Lisboa, no final de um encontro com uma delegação da central sindical CGTP, e comentava os dados do Eurostat. "As aparências às vezes iludem", realçou.

"Quantos milhares de trabalhadores perderam o direito ao subsídio de desemprego e ficaram desanimados, desencorajados, numa situação dramática?", interrogou o líder do PCP.

Jerónimo alertou ainda para as consequências da emigração de "tanta gente nova, novas gerações, gente que faz falta ao país". Tanta emigração, advoga, "tem consequências já no grau de natalidade existente" em Portugal e "este défice demográfico vai ter consequências tremendas no futuro" do país.