Pais de criança desaparecida na Madeira inquiridos pela PJ
Polícias estão a ouvir o casal no âmbito de uma situação de violência doméstica. Inquirição poderá reforçar linha de investigação de que o desaparecimento foi encenado para depois vender o menino.
A mesma fonte adiantou que os pais estão a ser ouvidos no âmbito de um inquérito que não está relacionado com o desaparecimento da criança, mas com um episódio de violência doméstica ocorrido entre o casal esta sexta-feira. É, porém, possível que os inspectores venham a inquirir o casal sobre questões relacionadas com a criança e que venham a abrir outra linha de investigação no caso de desaparecimento.
Aliás, a agência Lusa adianta que, durante estas desavenças, os pais da criança trocaram acusações que podem vir permitir à PJ investigar a possibilidade do desaparecimento do menino ter sido apenas uma encenação do casal para depois vender a criança.
A mãe de Daniel ter-se-á queixado esta sexta-feira às autoridades por ter sido vítima de violência doméstica, adiantou fonte da PJ ao PÚBLICO. Carlos Sousa, pai da criança de 18 meses que esteve desaparecida durante três dias no Estreito da Calheta, na Madeira, já manifestara a sua indignação perante suspeitas de um envolvimento na tentativa de venda do filho.
Esse foi um dos cenários colocados sobre o qual foi inquirido pelos investigadores, nos dois interrogatórios a que foi submetido na PJ. Mas tem sido categoricamente repudiado pelo progenitor de Daniel, em conversas com familiares e amigos.
A criança foi encontrada por levadeiros na sua rotineira tarefa de distribuição de água de rega, num matagal junto à levada, a cerca de três quilómetros da casa de onde o menino desapareceu. No Hospital Central do Funchal, onde esteve internado para exames de diagnóstico, o pediatra considerou “muito difícil e intrigante" que a criança tenha conseguido sobreviver sozinha durante tanto tempo exposta ao frio. O coordenador da PJ na Madeira, Eduardo Nunes, admitiu que as últimas diligências "podem levar a pensar" estar-se "perante um crime de rapto".